Morreu escritor brasileiro Rubem Fonseca aos 94 anos
Morreu ontem no Rio de Janeiro, o escritor brasileiro Rubem Fonseca aos 94 anos de idade na sequência de um enfarte, informou a sua família. Galardoado com o prémio Camões em 2003, maior prémio literário lusófono, seis vezes com o Prémio Jabuti, o principal galardão da literatura, no Brasil e em 2015, igualmente com o Prémio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL), pelo conjunto da sua obra, Rubem Fonseca foi autor de uma dezena de romances e de cerca de 15 livros de contos.
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Nascido no dia 11 de Maio de 1925 em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais, no seio de uma família oriunda de Trás-os-Montes, em Portugal, o primeiro contacto de Rubem Fonseca com a literatura faz-se através da biblioteca paterna exclusivamente composta por autores portugueses.
Contudo, apesar de escrever desde os 17 anos, só mais tarde, depois de estudos de direito e de um percurso de seis anos como especialista em psicologia criminal na polícia civil do Rio de Janeiro é que Rubem Fonseca vai lançar-se numa carreira literária quase aos 40 anos, estreando-se com «os prisioneiros» em 1963, um livro composto por onze contos cruéis e subversivos confiscado pelas autoridades.
Outras obras marcadas, como a primeira, por narrativas retratando essencialmente a violência urbana no Brasil, num estilo cru e irónico valer-lhe-ão a censura por parte das autoridades. Entre as numerosas obras publicadas, destacam-se "O Caso Morel" (1973), "Feliz Ano Novo" (1976), "O Cobrador" (1979), "A Grande Arte" (1983) e sobretudo Agosto (1990), vista como sendo a sua obra-prima.
Muito cedo considerado pela crítica como sendo "o maior contista brasileiro da segunda metade do século XX", o autor foi hoje homenageado por muitos dos seus pares, nomeadamente pelo escritor angolano José Eduardo Agualusa que nas redes sociais escreveu «Rubem Fonseca foi importante para a minha formação enquanto escritor. Tenho todos os livros dele e continuarei a lê-lo, como sempre o leio quando preciso de me sentir inquieto para escrever. Escritores morrem quando deixam de ter leitores. Rubem continuará a ter leitores".
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