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Batalha por máscaras de protecção leva países a ignorar regras e amizades

A França encomendou cerca de dois mil milhões de máscaras a fabricantes da China, para combater a disseminação da covid-19, segundo anunciou sábado, o ministro da Saúde da França, Olivier Véran.

Aumenta concorrência para a aquisição de máscaras de protecção ,numa altura em que governos no mundo inteiro aconselham  as populações a protegerem-se da Covid-19 com as mesmas.
Aumenta concorrência para a aquisição de máscaras de protecção ,numa altura em que governos no mundo inteiro aconselham as populações a protegerem-se da Covid-19 com as mesmas. AFP/File
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A aquisição de máscaras sanitárias no âmbito do combate ao novo coronavírus tem sido objecto de polémica entre os Estados Unidos e alguns países europeus.

Na França e na Alemanha nomeadmente, a administração americana é acusada de desviar as encomendas de máscaras feitas a China, pelas autoridades francesas e alemães.  

A pandemia de coronavírus criou uma situação de salve-se quem puder no que toca à aquisição de materiais necessários à luta contra a doença, que agora atinge particularmente os países.

Segundo observadores, as regras de amizade entre aliados europeus e norte-americanos são pura e simplesmente ignoradas, na luta para a aquisição à China de equipamentos destinados a combater com maior eficácia a crise sanitária provocada pela Covid-19. 

Na Europa o dedo acusador é apontado para os Estados Unidos de Donald Trump que, segundo os seus críticos, tem estado a desviar em seu benefício, as encomendas de máscaras feitas à China, por outros países.

Em França, a antiga ministra e agora presidente do distrito Île-de-France (região parisiense) ,Valérie Pecresse, afirmou esta semana que, um envio de máscaras destinadas ao seu território administrativo, foi arrebatado à última da hora pelos americanos, que propuseram um quantia mais elevada.

Segundo dirigentes de outras duas regiões francesas, compradores americanos foram até a própria pista de um aeroporto na China, quando um avião se preparava para descolar para a França.

Um porta-voz da adiminstração Trump refutou as acusações,segundo as quais os Estados Unidos arrebataram uma encomenda de máscaras destinadas à França.

Na Alemanha, alguns dirigentes criticaram também os Estados Unidos, por compradores americanos terem desviado em Bangkok, na Tailândia, encomendas de máscaras que deviam ser enviadas para o país germânico.

A concorrência feroz, não ocorre somente entre europeus e norte-americanos, uma vez que o Primeiro-ministro eslovaco, Peter Pellegrini, queixou-se de parceiros da União Europeia, cujos emissários apoderaram-se de uma remessa de máscaras de protecção destinada ao seu país. Nas circunstâncias, segundo Pellegreni, a Eslováquia foi curto-circuitada por um negociante alemão que pagou mais pela preciosa carga.

De acordo com o semanário francês L'Express, a França, que  enfrenta uma penúria de máscaras de protecção, teria arrebatado uma encomenda produzida pela firma sueca Molnlycke, que era originalmente destinada à Espanha.

 Numa tribuna publicada pelo diário Le Monde, Laurence Folliot Lalliot,  professora  de Direito na Universidade de Paris-Oeste-Nanterre, afirma que "estamos perante uma situação de negociações directas, negócios concluídos fora dos parâmetros tradicionais, que podem ser pragmáticos durante um estado de emergência sanitária, mas que frequentemente são acompanhados de favoritismo, apropriação abusiva e especulação".    

 

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Batalha por compra de máscaras de protecção leva países a ignorar regras e amizades 04 04 2020

 

                                   

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