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Turquia / União Europeia

Presidente turco Recep Erdogan em Bruxelas

O presidente turco Recep Erdogan deslocou-se hoje a Bruxelas no intuito de se avistar com os dirigentes da NATO a quem já pediu um "apoio concreto" no conflito na Síria com o regime de Bachar el Assad e a Rússia. No âmbito desta deslocação, Erdogan encontra-se igualmente com os parceiros europeus para discutir sobre a gestão dos fluxos migratórios, depois de a Turquia ter aberto há dias o caminho rumo à Europa de migrantes e refugiados sírios, o que provocou tensões na fronteira com a Grécia.

Recep Erdogan, presidente da Turquia
Recep Erdogan, presidente da Turquia Press Office/Handout via REUTERS
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Em cima da mesa está o acordo que a União Europeia fez com a Turquia em 2016 no pico da última crise migratória. Na altura, Ancara comprometeu-se a estancar a chegada à União Europeia de refugiados e migrantes sírios em troca de uma assistência financeira de 6 mil milhões de euros.

Mas a Turquia que acolhe 3,6 milhões de refugiados sírios no seu território, considera que o envelope não tem sido suficiente e pretende agora renegociar o acordo com mais apoio financeiro. A Comissão Europeia admite que sobre os 6 mil milhões de euros previstos, apenas 3,2 mil milhões foram efectivamente desbloqueados.

Nos últimos dias, as autoridades turcas têm mantido a pressão permitindo que migrantes passem as suas fronteiras dirigindo-se Grécia.

A situação dos migrantes e, em particular, a situação dos migrantes menores não acompanhados tem preocupado as ONGs. Vários países, nomeadamente a Alemanha, a França, o Luxemburgo, a Finlândia e Portugal declararam-se dispostos a acolher até 1500 menores que se encontram em campos gregos, confirmou hoje a presidente da Comissão.

Ursula von der Leyen vai representar União Europeia, juntamente com o presidente do Conselho, no encontro desta tarde com o presidente Erdogan.

Para além da tensão migratória na fronteira greco-turca, outros pontos estão em discussão, designadamente a segurança e a estabilidade na região, bem como a crise na Síria. A este respeito, após avistar-se com Jens Stottenberg, secretário-geral da NATO, Erdogan reclamou "o apoio concreto de todos os aliados", argumentando que "a NATO se encontra num processo crítico no qual ela deve demonstrar claramente a sua solidariedade de aliança" com a Turquia.

Desde o passado mês de Dezembro, Ancara tem-se envolvido em confrontos com as tropas de Bachar el Assad apoiadas pelos russos em Idlib, zona do noroeste da Síria que faz fronteira com a Turquia que o exército sírio pretende tirar das mãos dos rebeldes e jihadistas apoiados por Erdogan. Só no passado mês de Fevereiro, mais de 50 soldados turcos perderam a vida nos combates em Idlib.

Refira-se ainda que de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos do Homem, as violências mataram cerca de 500 civis desde Dezembro e provocaram, segundo a ONU, cerca de um milhão de deslocados, nesta que é considerada a pior crise humanitária vivenciada a nível mundial.

 

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