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Venezuela / Portugal

Portugal protesta contra decisão de Caracas suspender voos da TAP

Caracas anunciou ontem a sua decisão de suspender por 90 dias “por razões de segurança” as operações no seu território da transportadora aérea portuguesa TAP, a qual acusa de ter permitido voar nas suas linhas o opositor Juan Guaido com explosivos a bordo. Portugal, pela voz do seu Presidente e do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, protestou contra esta medida que qualifica de "inadmissível".

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, durante uma conferência de imprensa no Palácio Miraflores, em Caracas, Venezuela. 14/02/2020.
O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, durante uma conferência de imprensa no Palácio Miraflores, em Caracas, Venezuela. 14/02/2020. REUTERS/Fausto Torrealba
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Reagindo à notícia, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “Tudo isto é contraditório com a posição portuguesa, tudo isto não tem fundamento, tudo isto é inaceitável, incompreensível e inadmissível, portanto, não pode deixar de ser repudiado”.

Pouco antes, ao qualificar esta decisão de "inamistosa", o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva também disse “não ver nenhuma espécie de justificação, seja pelo histórico da TAP na Venezuela, pelo muito que a TAP já deu e por não haver nenhum indício. Por não ter sido apresentada nenhuma prova que seja possível de escrutinar de forma objectiva, que não sejam apenas alegações”.

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Chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, em declarações recolhidas pela agência Lusa

Refira-se que o governo venezuelano anunciou a suspensão dos voos da TAP no seu território, depois de vários dias de polémica com Portugal. Na semana passada, Caracas acusou a TAP de ter desrespeitado “padrões internacionais”, por ter alegadamente transportado o líder da oposição Juan Guaido ocultando o seu nome na lista dos passageiros. O governo venezuelano acusa ainda a TAP de ter autorizado o tio de Juan Guaido a viajar com explosivos a bordo.

A TAP faz parte das raras transportadoras aéreas que têm continuado a manter operações neste país onde se estima que vivam 300 a 400 mil lusodescentes. A maioria dos restantes operadores deixou de garantir a ligação com a Venezuela a partir de 2013, altura em que o preço do petróleo, principal fonte de rendimentos do país, começou a cair.

Desde o ano passado, quando culminou o contencioso entre o Presidente Nicolas Maduro e o chefe da oposição, Juan Guaido, que se autoproclamou Presidente interino da Venezuela, o país está novamente mergulhado numa crise política. Em Fevereiro de 2019, Portugal, à semelhança de cerca de 60 países, entre os quais os Estados Unidos, Brasil e França, reconheceu Juan Guaido como Chefe de Estado interino da Venezuela.

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