Italiano Matteo Salvini indiciado por sequestro e abuso de poder
O Senado italiano decidiu nesta quarta-feira retirar a imunidade do ex-ministro do Interior e actual chefe da extrema-direita, Matteo Salvini, para que ele compareça diante da justiça.Salvini é indiciado por sequestro e abuso de poder, por ter bloqueado em 2019, o desembarque de migrantes que se encontravam ao largo das costas italianos. Salvini afirmou estar convicto, que não será condenado
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Segundo os analistas em Roma, o processo será longo até a comparência de Matteo Salvini diante dos magistrados, que o acusam de ter praticado um acto de sequestro e de abuso de poder ao não autorizar, enquanto ministro do Interior, o desembarque na Itália de mais de 110 migrantes que se encontravam em estado de emergência humanitária.
O chefe da Liga, partido da extrema-direita italiana, reagiu a decisão do Senado que retirou a sua imunidade e ao facto de ser indiciado, declarando que está convicto que não será condenado, porque segundo ele, "a Constituição na base da qual ele prestou juramento prevê, que a defesa da pátria é um dever de cada cidadão". Por conseguinte, disse Salvini a imprensa estrangeira, "eu tenho muitos motivos para pensar que o fiz como ministro, não fará objecto de qualquer condenação".
Um tribunal de Catana, na Sicília, acusa o líder da Liga, de abuso de poder e de sequestro de pessoas por ter bloqueado no Verão de 2019 o desembarque de 116 migrantes, que se encontravam a bordo do Gregoretti, um navio da guarda costeira italiana.
O chefe da extrema-direita italiana afirmou, que irá ao tribunal não para se defender, mas im para reivindicar com orgulho o que fez.
De acordo com observadores da vida política italiana, no imediato Matteo Salvini não corre nenhum risco, mas à longo prazo a sua situação é incerta.
A incerteza deve-se ao facto de que a Lei Severino, adoptada em 2012 com o objectivo de sanear a vida política italiana prevê que no caso de condenação definitiva de um membro do parlamento ou do governo à uma pena de prisão de dois anos ou mais, a pessoa condenada torna-se automáticamente inelegível, por um período que pode ir até oito anos e afastada do parlamento.
Italiano Matteo Salvini indiciado por sequestro e abuso de poder 13 02 2020
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