"A epidemia já matou mais de 400 pessoas na China e está a provocar um forte abrandamento da economia", aponta esta terça-feira o vespertino Le Monde.
"Em vários sectores, nomeadamente, comerciais, na restauração, nos transportes e no turismo há empresas chinesas que estão perto da falência". "As medidas de prevenção têm, também elas, efeitos negativos na indústria. As bolsas de Shangai e Pequim lançaram pedidos de ajuda aos bancos para socorrer algumas empresas. Ainda é cedo para saber se o impacto no PIB chinês se vai manter", lembra o Le Monde.
O esquerdista Libération levanta outra questão: "o estigmatismo na própria cidade de Wuhan (...). A descriminação para com os contaminados, a xenofobia anti-asiaticos... a psicose perante o 2019-nCov cresce na China e no resto do mundo. Os nativos de Hubei são vistos como um vírus nas outras regiões" descreve um habitante de Hubei ao Libération.
"China sob pressão", titula o católico La Croix. A propagação do coronavírus expõe o regime chinês a criticas tanto dentro como fora do país.
Em editorial do La Croix, Guillaume Goubert, fala de vírus contra a mundialização e explica que "há muito se questionava o que poderia travar o aumento das trocas económicas, conhecidas por mundialização. Até aqui nada parecia poder impedir este movimento histórico, que tem como combustível o lucro, a ideologia da livre-troca e as revoluções tecnológicas. Nos últimos dez anos, o proteccionismo encontrou defensores, começando pelo presidente norte-americano. O cenário mudou nos últimos dias", explica o editorialista. "Perante a rapidez da propagação da epidemia, os países repatriam cidadãos e nenhuma personalidade política visitou a China, como tinha feito o antigo primeiro-ministro francês Jean-Pierre Raffarin quando visitou em 2003 a China durante a epidemia de sras.
Hong Kong anunciou ontem o fecho quase total de todos os pontos terrestres com a China continental. Esta epidemia obriga a uma toma de consciência perante o sistema internacional de produção industrial perante uma China que se tornou um atelier do mundo. Este vírus é um grão de areia no deserto que aponta a fragilidade de um sistema economico", conclui o editorial do La Croix.
"Os grevista pagam o peso pesado", aponta o comunista l'humanité, passados dois meses de mobilizações. Histórico quanto à duração, o movimento social contra a reforma do sistema de pensões também se regista nas folhas de vencimento dos grevistas. "Um preço amargado", descreve o l'humanité.
"Foram precisas quatro semanas de greve e uma forte perturbação no funcionamento da justiça, para abrir a via da discussão entre advogados e o governo francês", expõe em editorial o vespertino Le Monde. A manifestação de ontem em Paris juntou 15 dos 68 mil advogados, aponta a organização.
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