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Afeganistão

Afeganistão 40 anos de guerra civil depois da invasão soviética a 27/12/1979

A 27 de Dezembro de 1979 a União Soviética invadia o Afeganistão, seguiu-se uma década de guerra civil, que causou a morte de 2 milhões de afegãos e a tomada do poder pelos talibãs, até à intervenção liderada pelos Estados Unidos em 2001, mas os combates prosseguem no terreno.

Estudantes afegãos manifestam em Cabul contra a ocupação soviética a 1 de Janeiro de 1980.
Estudantes afegãos manifestam em Cabul contra a ocupação soviética a 1 de Janeiro de 1980. UPI / AFP
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40 anos depois da invasão soviética e 18 anos depois da intervenção da coligação internacional da NATO liderada pelos Estados Unidos, o povo afegão continua a pagar caro a factura da guerra civil, com mais de 100 mil vítimas civis, entre mortos e feridos, nos últimos 10 anos segundo a ONU.

A década de guerra civil que se seguiu à invasão de Cabul a 27 de Dezembro de 1979 por cerca de 20.000 soldados do exército vermelho soviético, transportados em 400 aviões, causou 2 milhões de mortos afegãos, 7 milhões de deslocados e a morte de mais de 15 mil soldados soviéticos.

No próprio dia 27 de Dezembro foi tomado o palácio presidencial e assassinado o Presidente comunista Hafizullah Amin, que cerca de três meses antes tinha feito assassinar o seu predecessor Nour Mahammad Tarakin, o primeiro Presidente da República Democrática do Afeganistão, protegido dos soviéticos, que nesse mesmo dia investiram Babrak Kamal.

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Afeganistão 40 anos depois da invasão soviética

A invasão soviética foi preparada durante meses e quase simultaneamente duas colunas militares saídas do Turquemenistão e do Tadjiquistão - duas então repúblicas socialistas soviéticas - avançavam com cerca de 45.000 soldados em direcção de Herat, no oeste do país e Mazar-e Charif no norte do Afeganistão.

Esta invasão que terminou a 15 de Fevereiro de 1989 foi um fracasso político e militar que custou mais de 30 mil milhões de dólares a Moscovo e culminou na vitória da insurreção islâmica e nacionalista mujahidine, armada e financiada desde 1986 pelos Estados Unidos e apoiada também pela China e Paquistão, que rejeitava os comunistas ateus e suas reformas.

Mas os mujahidines radicalisaram-se, transformaram-se em talibãs e tomaram o poder em 1996 onde se mantiveram até finais de 2001, quando foram corridos pela coligação internacional liderada pelos Estados Unidos (pouco depois dos atentados de 11 de Setembro), que até hoje causou a morte de mais de 2.400 soldados norte-americanos e de dezenas de milhares de civis e membros dos serviços de sugrança afegãos.

Mas os combates prosseguem no terreno, bem como as negociações entre os Estados Unidos e os talibãs, que há mais de um ano tentam preparar a retirada gradual dos militares norte-americanos e um acordo de paz.

Negociações interrompidas em Setembro pelo presidente Donald Trump devido a um ataque em Cabul, que causou 12 mortos entre os quais um soldado americano, retomadas, mas de novo suspensas em Dezembro, devido a um novo ataque talibã contra um hospital perto da principal base norte-americana no país, em Bagram, a norte de Cabul.

Entretanto segundo os resultados preliminares anunciados a 22 de Dezembro, as eleições presidenciais de 28 de Setembro na República Islâmica do Afeganistão deram vitória com maioria absoluta ao presidente cessante Ashraf Ghanii com 50,6% de votos, face ao seu principal adversàrio e chefe do executivo Abdullah Adbullah, que obteve 39,5%.

 

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