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Timor-Leste

Timor-Leste celebrou 20 anos do referendo

Timor-Leste comemorou, esta sexta-feira, o 20.º aniversário do referendo que permitiu aos timorenses pôr fim à ocupação pela Indonésia e optar pela independência. Ana Gomes, na altura líder da secção de interesses de Portugal em Jacarta, recorda a noite em que celebrou o referendo com um bacalhau à Gomes de Sá ao lado de Xanana Gusmão e comenta “a trajectória positiva do país” nos últimos 20 anos.

Fotografia tirada a 30 de Agosto de 1999, dia do referendo sobre a independência.
Fotografia tirada a 30 de Agosto de 1999, dia do referendo sobre a independência. WEDA / FILES AFP / AFP
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Hoje, por esta hora, estava a jantar com Xanana Gusmão na casa-prisão de Salemba, juntamente com as suas assistentes - a Kirsty que viria a ser sua mulher e alguns amigos. Estávamos a jantar um bacalhau à Gomes de Sá porque Xanana tinha vontade de comer esse prato português e estávamos a ter uma catarse, digamos, de memórias do que tínhamos vivido e, em particular, fazendo-o recordar as memórias de como tinha ido para as montanhas, como se tinha tornado comandante, como tinha depois sido preso, como tinha ido a julgamento. Foi verdadeiramente emocionante e eu não me posso esquecer disso”, recordou Ana Gomes.

A diplomata era na altura líder da secção de interesses de Portugal em Jacarta e, esta sexta-feira, foi assistir, em Díli, às celebrações oficiais dos 20 anos do referendo em que os timorenses votaram, esmagadoramente, pela independência.

Em 30 de Agosto de 1999, mais de 78,5% da população votou a favor da independência, num processo de autodeterminação supervisionado pela ONU, após meses de violência e intimidação das autoridades indonésias. Os resultados foram anunciados a 4 de Setembro e originaram uma onda de destruição sistemática em todo o território, que levou a comunidade internacional a enviar, a 20 de Setembro, uma força militar multinacional para estabilizar a situação. A independência foi concretizada em 2002, após um curto período sob administração das Nações Unidas.

Vinte anos depois, Ana Gomes olha para o país “com grande esperança” e destaca a sua “trajectória claramente positiva no sentido do desenvolvimento, da boa governação, da democracia”.

É preciso dizer que já houve quatro rondas de eleições presidenciais e legislativas em Timor-Leste desde a independência muito participadas e todas consideradas pela comunidade internacional como genuínas e competitivas. Temos um Parlamento que é um dos que tem uma das maiores percentagens de mulheres representadas no mundo e [é um país] onde há recursos que estão por desenvolver”, afirmou.

Esta sexta-feira, entrou, precisamente, em vigor o tratado de fronteiras marítimas entre Timor-Leste e a Austrália, numa “demarcação que claramente favorece Timor-Leste porque coloca o grosso das reservas do lado timorense e a poderem vir beneficiar claramente Timor-Leste”.

Oiça aqui o testemunho.

04:56

O testemunho de Ana Gomes

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