Cesare Battisti, numa prisão em Roma extraditado de Bolívia
Depois de quase 40 anos a fugir da justiça italiana, Cesare Battisti, pisou hoje o solo de Roma, após a sua extradição da Bolivia, para onde fugiu ido do Brasil, com a eleição de Bolsonaro. O novo presidente brasileiro tinha prometido que se ganhasse as eleições extraditaria Battisti para a Itália, onde foi condenado à prisão perpétua por vários assassínios quando era dirigente da extrema-esquerda revolucionária.
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O extremista italiano, Cesare Battisti, ex-dirigente do grupo revolucionário, PAC, Proletários armados para o comunismo, condenado pela justiça italiana, por 4 assassínios e cúmplice noutros, chegou hoje a Roma, depois da sua extradição da Bolívia, onde se tinha escondido, fugido do Brasil, em Dezembro passado.
É que o novo Presidente do Brasil, Bolsonaro, disse durante toda a sua campanha, que se fosse eleito, extraditaria Cesare Battisti, para a Itália, que fez pedidos de extradição do membro do PAC, a anteriores governos brasileiros.
Na Itália, em matéria de reacções, o Primeiro-ministro Giuseppe Conte, agradeceu o Presidente brasileiro, Bolsonaro, "pela sua eficácia na cooperação que permitiu a captura de Battisti."
Por seu lado, o vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, reagiu, agradecendo também ao Presidente brasileiro, Bolsonaro, que permitiu que tal acontecesse e às polícias boliviana, brasileira e da Interpol, que prendeu Cesare Battisti.
Salvini escreveu na sua conta Twitter: "Obrigado ao presidente Bolsonaro que permitiu esta mudança, porque Battisti, é um assassino e não um escritor, um filósofo ou livre-pensador, como é apresentado na imprensa".
Cesare Battisti, assassinou nos anos 70, quando pertencia à direcção política do movimento Proletários armados para o comunismo, 4 pessoas, nomeadamente, um polícia e uma criança na presença do pai e foi cúmplice em outros assassínios, tendo sido condenado à prisão perpétua.
Mas conseguiu fugir da cadeia, refugiando-se em França, onde teve protecção das autoridades francesas, que pressionadas por pedidos de extradição feitos pela Itália, vacilaram, obrigando Battisti, a fugir para o México e mais tarde para o Brasil.
Apoios políticos na sua fuga no estrangeiro
No entanto, no Brasil, Roma continuou a exigir a sua extradição e depois de muitas decisões da justiça, o Supremo Tribunal brasileiro acabou por dar luz verde à extradição de Cesare Battisti.
Contudo, o então Presidente brasileiro, Lula da Silva, por questões ideológicas, agraciou Battisti, que continuou a viver no Brasil, durante a presidência de Dilma Roussef e dos governos do PT, da família radical de esquerda.
Com as recentes eleições no Brasil, o candidato presidencial, Bolsonaro, prometeu que se ganhasse as eleições uma das primeiras coisas que faria era "extraditar o bandido Battisti para a Itália".
Bolsonaro defensor da extradição de Battisti
Pressentindo a vitória de Bolsonaro, o extremista Cesare Battisti, fugiu em Dezembro do Brasil para a Bolívia, presidida por Evo Morales, igualmente, da família da esquerda radical, mas que ultimamente, tem estado a adoptar posições mais pragmáticas, tendo, aliás, participado, na investidura de Bolsonaro.
De notar que Battisti, chegou a fazer um pedido de obtenção do estatuto de refugiado político às autoridades da Bolívia, alegando ter cometido os crimes na Itália, quando já não pertencia ao movimento, Proletários armados para o comunismo. Não obteve nenhuma resposta das autoridades bolivianas.
Conclusão: a polícia da Bolívia, colaborou com a Interpol e a polícia brasileira para prender Cesare Battisti, que esteve para ser extraditado para o Brasil, mas, Bolsonaro, decidiu, de acordo com Salvini, que ele seria, directamente extraditado da Bolívia para a Itália.
Já na Itália, após 37 anos em fuga, Cesare Battisti, mal pisou hoje Roma, foi imediatamente levado pela polícia italiana para uma prisão nos arredores da capital italiana.
Cesare Battisti extraditado pela Bolívia já está em Roma
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