Festival de Macau recompensa filme coreano
O coreano "Clean up" ganhou a principal recompensa do 3° Festival internacional de cinema de Macau. Uma ex raptora de uma criança é confrontada, anos depois, à sua antiga vítima, quando já adulto, o jovem é recrutado para a mesma empresa de limpeza.
Publicado a: Modificado a:
O filme de Kwon Man Ki, da Coreia do Sul, tinha, em pano de fundo, a culpa e o arrependimento: quando, para ter paz de consciência, o antigo carrasco, a ex raptora, decide ajudar a ex vítima, o seu antigo refém.
Esta é a intriga de "Clean up" que obteve a melhor recompensa do certame.
Estavam em competição 11 longas metragens (primeiras ou segundas obras) provenientes de 11 países diferentes, numa selecção pontuada por um elevado número de registos dramáticos.
África e Oceania foram os únicos continentes a ficar de fora da competição, sem registo, desta feita, pelo segundo ano consecutivo, de nenhuma película lusófona.
"Las niñas bien" (As boas raparigas) ganhou o Prémio do público, filme mexicano evocando a queda vertiginosa da burguesia apanhada nas malhas de uma severa crise económica.
O júri atribuíu uma menção especial ao japonês "Jesus", sublinhando a elevada carga poética e o desempenho do jovem actor Yura Sato.
Este encarna um aluno, recém chegado a uma escola cristã, a braços com a morte do seu melhor amigo.
O prémio de actor revelação foi para o indiano Abhimanyu Dassani, em "The man who feels no pain" (O homem sem dores), uma paródia de Bollywood e das suas descargas de violência e de artes marciais.
O britânico Scarborough ganhou o Prémio de melhor argumento, trata-se da adaptação de uma peça de teatro. Um fim de semana de dois casais à beira mar traduz-se numa angustiante ruptura.
Por seu lado Ága, filme búlgaro, foi distinguido pela sua componente técnica, uma incursão pela solidão das paisagens de neve do Norte polar.
O júri de filmes asiaticos, incluindo o realizador português Marco Martins, confereriu a sua recompensa ao chinês "Suburbian birds", quando universos de adultos e de crianças se rendem ao fascínio de ninhos de pássaros dos subúrbios.
O cineasta fez à rfi um rescaldo do certame e da mostra que ele acompanhou.
Marco Martins, cineasta português e o encerramento do Festival internacional de Macau
A melhor actriz foi a alemã Aenne Schwarz em "Alles gut" (Tudo bem), uma jovem violada, obrigada a ter que lidar com o seu agressor como novo colega de trabalho.
O melhor actor foi também para a Europa para Jakob Cedergren no filme dinamarquês "The guilty" (O culpado), um telefonista da polícia determinado em evitar um crime.
Esta é uma película que permitiu a Gustav Möller ser consagrado como melhor realizador.
O cinema argentino, que obtivera, por dois anos consecutivos, o principal prémio do certame macaense, volta a notabilizar-se com "Sangue branco" a obter o Prémio do júri.
Fora da competição foram também distinguidos "Up the mountain" e "Crazy rich asians".
O júri foi presidido pelo célebre realizador chinês Chen Kaige, autor de um dos mais famosos filmes asiáticos de todos os tempos "Adeus minha concubina" de 1993.
Ouça aqui o rescaldo do palmarés.
Rescaldo do palmarés do Festival de Macau
Maria Helena de Senna Fernandes, directora do Turismo de Macau e presidente do Comité organizador do Festival, promete que o certame manterá a sua aposta em novos filmes e admite que o evento se conseguiu recompor após uma primeira ediçãi algo turbulenta.
Em causa tinha estado a demissão tardia do director artístico, Marco Müller, produtor italiano de cinema.
Maria Helena de Senna Fernandes, presidente do comité organizador do Festival internacional de Macau
Confira aqui, em imagens, alguns dos instantâneos que pontuaram o 3° certame macaense, que decorreu no Centro cultural do antigo territrio português do Sul da China desde o passado dia 8.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro