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Afeganistão

Mortos e explosões marcam eleições no Afeganistão

Em dia de eleições no Afeganistão, há relatos de várias explosões que causaram mortos e feridos em Cabul, segundo fontes do Ministério da Saúde. O Governo decidiu reforçar o contingente das forças de segurança.

Os eleitores afegãos votaram neste sábado para as eleições legislativas.
Os eleitores afegãos votaram neste sábado para as eleições legislativas. FARSHAD USYAN / AFP
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Os talibãs e o grupo Estado Islâmico tinham ameaçado estas eleições legislativas com ataques. Neste sábado, e logo pela manhã, várias explosões foram constatadas perto de assembleias de voto na capital, Cabul, explosões com engenhos artesanais e tiros de roquetes.

O porta-voz do Ministério da Saúde, Mohibullah Zeer, afirmou que pelo menos quatro pessoas morreram e 78 ficaram feridas em Cabul. Entretanto dados provenientes de todo o país apontam para cerca de 36 mortos e centenas de feridos.

O Ministério do Interior do Afeganistão confirmou que houve ataques em todo o país, ele que tinha anunciado que reforçou o número de tropas das Forças Nacionais de Segurança para 70 000, quando estavam previstos ‘apenas’ 50 000 militares em todo o país para garantir a segurança das 21 000 assembleias de voto.

Apesar desta segurança, que tenta assegurar o Ministério do Interior, alguns centros de voto não puderam abrir por falta de membros nas mesas de voto, bem como por causa de falhas nas listas eleitorais ou até do mau funcionamento das máquinas de registo biométrico colocadas nos locais e utilizadas pela primeira vez.

Filas para votar

O Presidente afegão, Ashraf Ghani, votou no início da manhã numa escola da capital. Depois de dar o exemplo, apelou aos seus compatriotas para votarem. Os eleitores formaram longas filas de espera na capital e arredores, isto gerando numerosos disfuncionamentos nos locais de votação, entre eles aqueles referidos acima.

A AFP, agência de notícias francesa, recolheu declarações de pessoas que estavam nas filas: «É um caos total, estou muito decepcionado», disse Payeza Mohamadi de 22 anos.

«Apesar do perigo, tinha que estar aqui. Temos que votar para ver caras novas no Parlamento e retirar os deputados corruptos», declarou um eleitor que se identificou apenas como Mustafa, de 42 anos, em Cabul.

A Comissão Eleitoral Independente (CEI), que organiza o acto eleitoral já pediu desculpas e prometeu que os horários dos centros de voto serão prolongados, possivelmente até domingo. Cerca de 9 milhões de eleitores podem votar para eleger os 249 membros do Parlamento.

De notar ainda que as eleições legislativas não decorrem em duas províncias, Kandahar e Ghazni, assim como em 11 dos quase 400 distritos do Afeganistão.

Recorde-se que na quinta-feira, um ataque talibã contra um prédio do Governo matou o chefe da polícia da província de Kandahar, o general Abdul Raziq. Após o ataque, o Governo afegão adiou as eleições na província de Kandahar.

As legislativas são consideradas como um teste crucial para as eleições presidenciais de 2019, bem como uma etapa importante antes de uma reunião da ONU em Novembro em Genebra, na Suíça, na qual o governo do Afeganistão deverá mostrar os progressos do seu «processo democrático».

Estas são as terceiras legislativas no país desde a intervenção militar norte-americana que expulsou os talibãs do poder em 2001.

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