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Alemanha

Acordo migratório na Alemanha

Ontem à noite, a CDU de Angela Merkel chegou a um acordo com a CSU, união social cristã à direita, para a implementação de restrições na política migratória da Alemanha, depois deste membro da coligação governamental ter ameaçado bater com a porta e mergulhar o país numa crise política.

A Chanceler alemã Angela Merkel e o seu Ministro do Interior Horst Seehofer alcançaram um laborioso acordo ontem à noite.
A Chanceler alemã Angela Merkel e o seu Ministro do Interior Horst Seehofer alcançaram um laborioso acordo ontem à noite. REUTERS/Hannibal Hanschke
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O acordo concluído ontem entre o partido de Angela Merkel e a formação mais à direita do seu Ministro do Interior, Horst Seehofer, salva provisoriamente o governo alemão depois de semanas de trocas pouco amenas nomeadamente ameaças de demissões. Este acordo prevê que os migrantes chegando ao território alemão serão doravante retidos em "centros de trânsito" na fronteira entre a Alemanha e a Áustria, em vez de serem repartidos por todo o país como acontece ainda actualmente. No caso de ser recusada a entrada de um migrante na Alemanha, o acordo prevê que ele seja reconduzido para a Áustria ou para o primeiro país da União Europeia por onde entrou, isto na base de acordos bilaterais que ainda estão por rubricar.

Este acordo não deixa de colocar vários desafios. Para já, o SPD, o partido social democrata mais à esquerda e também membro da coligação governamental, analisa hoje no pormenor este acordo, tendo até agora rejeitado a ideia de se instalarem "centros de trânsito".

A nível externo, este acordo não deixou também de suscitar reacções imediatas, designadamente por parte da Áustria e da Itália.

Viena, cujo governo abrange um partido de extrema-direita, colocou a questão migratória no topo da sua agenda nacional mas também europeia, uma vez que assegura desde este fim-de-semana a presidência rotativa da União Europeia até ao final do ano. Reagindo ao acordo de ontem, a Áustria acusou Berlim de tê-la "colocado perante o facto consumado" e declarou-se disposta a "tomar medidas para proteger as suas fronteiras", "em particular as fronteiras do sul" com a Eslovénia e a Itália. No mesmo sentido, Matteo Salvini, Ministro italiano do interior pertencente à extrema-direita também disse que "se a Áustria quer estabelecer controlos, tem todo o direito de fazê-lo, a Itália fará o mesmo".

A tensão, por conseguinte, continua na Alemanha mas também além das suas fronteiras, com a ameaça de explosão do frágil acordo migratório estabelecido há uma dezena de dias no seio da União Europeia, onde aumentam as dissensões entre os apóstolos de uma maior abertura à chegada de migrantes e quem quer fechar-lhes a porta.

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