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Reino Unido

Theresa May aguarda represálias da Rússia

Após as sanções tomadas pelo Reino Unido contra a Rússia, na sequência do envenenamento do ex-espião russo Sergeï Krispal e da sua filha Salisbury na Inglaterra, Londres está à espera de represálias por parte de Moscovo. O receio de um ataque russo levou a primeira-ministra Theresa May a procurar apoio junto dos seus aliados numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU quarta-feira à noite.

A Primeira-Ministra Theresa May, a 14 de Março de 2018 perante a Câmara dos Comuns Britânica.
A Primeira-Ministra Theresa May, a 14 de Março de 2018 perante a Câmara dos Comuns Britânica. Parliament TV handout via REUTERS
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Na quarta-feira, a Primeira-Ministra Theresa May anunciou uma série de sanções contra a Rússia, entre elas a expulsão de 23 diplomatas russos e a interrupção dos contactos bilaterais, ao considerar Moscovo "culpado" do envenenamento em seu território do ex-espião russo Serguei Skripal, de 66 anos, e de sua filha Salisbury.

Londres pediu também a ajuda do Conselho de Segurança da ONU em Nova Iorque.

Ao beneficiar da “solidariedade” do Conselho de Segurança, a crise diplomática está a ganhar os contornos de uma crise multilateral.

O presidente francês e Theresa May, concordam na importância da unidade europeia e transatlântica na resposta a este acto e continuarão em contacto estreito nos próximos dias.

De facto, os principais aliados do Reino Unido, a França, a União Europeia, a Alemanha, os Estados Unidos deram o seu apoio aos Britânicos.

Do seu lado, O Kremlin denunciou hoje a posição "absolutamente irresponsável" de Londres, destacando que a resposta russa se dará, "na melhor das hipóteses", no âmbito dos interesses da Rússia.

"A posição da parte britânica parece-nos absolutamente irresponsável", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, um dia depois do anúncio das sanções.

O caso parece ainda mais complicado há três dias das eleições russas nas quais Vladimir Putim quer garantir a sua vitória nas eleições.

O Presidente francês Emmanuel Macron informou nesta quinta-feira que anunciará, "nos próximos dias", as medidas que pretende tomar e voltou a condenar esse ataque "nos termos mais duros ", um acto que "tudo leva a crer que seja da responsabilidade da Rússia".

De acordo com um comunicado divulgado pelo Eliseu, Macron considera que "não há outra explicação possível" para o recente episódio. 

Eis a tradução da alocução do Emmanuel Macron (versão texto e áudio) :

"Falei de forma muito concreta por telefone esta manhã com Theresa May.

Nos últimos dias houve um intercâmbio permanente entre os nossos serviços, obviamente, na sequência do que se passou em território britânico.

Tudo leva a crer que a responsabilidade do caso é da Rússia e aí o trabalho dos serviços britânicos, em partilha com os franceses, permitiu confirmá-lo.

A França condena, por isso, com a maior firmeza este ataque inaceitável em território de um país aliado.

Faço questão em me solidarizar plenamente aqui com Theresa May perante algo de inaceitável.

Disse-lhe esta manhã que a França pretende com os seus aliados condenar e lutar contra a utilização de armas químicas.

Vou continuar a trabalhar com a primeira-ministra britânica, vou também falar da minha viagem agendada à Rússia amanhã com a chanceler Merkel aqui em Paris e anunciarei nos próximos dias as medidas que pretendemos implementar."

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Emmanuel Macron, presidente francês

Segundo um comunicado conjunto dos chefes de Estado de França, da Alemanha, dos Estados Unidos e do Reino Unido, é a primeira vez que um agente neurotóxico de uso militar, um género russo, é utilizado de forma ofensiva na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

O comunicado reclama que a Rússia seja totalmente transparente sobre o seu programa “Novichok” para com a Organização para a Proibição das Armas Químicas (OIAC).

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