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Síria

ONU acusa Rússia de crime de guerra na Síria

Um relatório da ONU informou que um avião russo foi teria sido responsável por um bombardeamento que matou 84 civis num mercado, na província síria de Idleb, em Novembro. O ataque pode constituir um crime de guerra.

Helicóptero de ataque russo na Síria. 15 de Setembro de 2017.
Helicóptero de ataque russo na Síria. 15 de Setembro de 2017. Dominique DERDA / France2 / AFP
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Segundo o relatório publicado pela Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre a Síria,  “toda a informação disponível” mostra que um avião russo realizou um ataque aéreo, a 13 de Novembro, que matou, pelo menos, 84 pessoas e deixou feridas cerca de 150.

O bombardeamento atingiu um mercado, casas e um posto da polícia dirigido por rebeldes sírios apoiados pelo ocidente na cidade de Atarib, no norte de Idleb. O avião teria descolado da base aérea de Hemeimeem, na Síria, gerida pelas forças russas.

O documento refere que o ataque “pode constituir um crime de guerra de lançamento de ataque indiscriminado que resultou na morte e ferimentos de civis”.

A Comissão de Inquérito das Nações Unidas sobre a Síria foi criada há seis anos e meio para documentar as violações dos direitos humanos na guerra da Síria. É presidida pelo advogado brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro que apresentou o relatório, esta terça-feira, na sequência de uma investigação de seis meses, realizada entre Julho e Janeiro.

Trata-se da primeira vez que a ONU atribui directamente à Rússia responsabilidade pela morte de civis na Síria. A Rússia, que tem desmentido acusações de morte de civis, é o principal aliado do presidente sírio, Bashar al-Assad.

Os investigadores acrescentam, num anexo ao relatório, que a ofensiva governamental contra o enclave rebelde de Ghouta oriental tem sido marcada por prováveis crimes de guerra, que incluem “o uso de armas proibidas, o ataque contra civis, a fome como estratégia de guerra e a habitual recusa de retirada de doentes”.

 

Reunião do Conselho de Segurança da ONU esta quarta-feira

Esta quarta-feira, a pedido do Reino Unido e de França, o Conselho de Segurança da ONU reúne-se de urgência para discutir a situação na Síria. Em causa, a falta de aplicação da trégua humanitária de um mês aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança a 24 de Fevereiro.

A região de Ghouta Oriental é o último grande bastião da oposição a Bashar al-Assad, fica junto a Damasco e está sitiada desde 2013 pelas forças governamentais.

De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, pelo menos 800 civis, incluindo 177 crianças, aí morreram nos bombardeamentos desde 18 de Fevereiro.

Na segunda-feira, a passagem de um comboio humanitário de 46 camiões para distribuir ajuda alimentar e médica à região foi interrompida devido ao retomar de bombardeamentos.

Hoje, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à abertura imediata dos corredores de acesso aos comboios humanitários na Síria.

Desde 2011, a guerra na Síria provocou mais de 350 mil mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.

 

 

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