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Cuba

Ernesto "Che" Guevara morreu há 50 anos

Cuba e a Bolívia têm comemorado os 50 anos da morte de Ernersto "Che" Guevara, guerrilheiro argentino que se tornou num símbolo da revolução cubana. Ontem, o "Che" foi homenageado em Santa Clara, no centro de Cuba, que se tornou na cidade de adopção do guerrilheiro depois de este último ter alcançado lá uma vitória militar decisiva em 1958 contra as tropas do presidente da época, Fulgencio Batista. Hoje, é a vez da Bolívia -onde morreu o "Che"- recordar o guerrilheiro numa cerimónia oficial na presença dos quatro filhos ainda em vida.

Os comandantes Ernesto Guevara e Raul Castro em 1960.
Os comandantes Ernesto Guevara e Raul Castro em 1960. HO/BOHEMIA/AFP
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"Hasta la vitoria siempre", "Sejam realistas, peçam o impossível"... Estas são algumas das expressões duradoiramente associadas a Ernesto "Che" Guevara, guerrilheiro argentino que nada predestinava a tornar-se num ícone da revolução cubana. Nascido a 14 de Junho de 1928 no seio de uma família burguesa da Argentina, o jovem Ernesto Guevara preparava-se antes para uma carreira de médico. Mas o impulso de conhecer a América Latina o leva a percorrer o continente por duas vezes durante o período dos estudos e estas viagens formadoras para a sua consciência política vão conduzi-lo até ao México em meados dos anos 50 onde trava conhecimento com Fidel Castro então lá exilado. Deste encontro e das suas convergências de pontos de vista vai nascer o envolvimento de Ernesto Che Guevara logo nos primórdios da revolução cubana em 1956.

Várias batalhas depois, com a instauração do regime de Fidel Castro no limiar da década de 60, Ernesto "Che" Guevara passa do comando militar de unidades combatentes a outros postos, como o de Embaixador junto dos países socialistas, director do Instituto Nacional da Reforma Agrária ou ainda Ministro da Indústria, até se afastar progressivamente rumo a outros combates.

Ernesto Che Guevara passa algum tempo no Congo em 1965, junto dos guerrilheiros maoistas, mas esta passagem não surte os efeitos esperados. Ele volta então para a América Latina em 1966, mais concretamente na Bolívia onde, enfraquecido por derrotas militares, ele acaba por ser capturado a 8 de Outubro de 1967 pelas forças do presidente Barrientos, apoiado pelos Estados Unidos. No dia a seguir, a 9 de Outubro, o guerrilheiro então com 39 anos apenas é executado e enterrado numa vala comum, o seu corpo só sendo encontrado 30 anos depois, em 1997, antes de ser repatriado para Santa Clara, em Cuba, a sua terra de adopção.

Venerado como uma figura quase crística da revolução cubana, Ernesto "Che" Guevara não deixa contudo de suscitar questionamentos aos seus detractores que o acusam de ter sido autoritário e cruel. Questionadas são também as circunstâncias da sua morte, o Presidente da Bolívia, Evo Morales, tendo ainda há poucos dias acusado a CIA de ter "perseguido, torturado e assassinado" o "Che".

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