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Coreia do norte

Coreia do norte anuncia ao mundo que tem Bomba H

O ditador da Coreia do norte, continua impávido e sereno, com a sua política de testes nucleares, anunciando neste dia 3 de setembro, que testou uma bomba de hidrogénio que pode ser transportada num míssil intercontinental, capaz de atingir os Estados Unidos. Espantado, o mundo volta a condenar pela enésima vez a Coreia do norte, que  ousa anunciar que dispõe de tecnologia termonuclear.

O ditador Kim Jong-un da Coreia do norte anuncia a 3 de setembro que tem bomba de hidrogénio
O ditador Kim Jong-un da Coreia do norte anuncia a 3 de setembro que tem bomba de hidrogénio REUTERS/Toru Hanai
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A Coreia do norte anunciou, este domingo, (3) que dispõe de tecnologia para transportar uma bomba de hidrogénio num míssil intercontinental, capaz de atacar os Estados Unidos, elevando assim as suas provocações à potência 1000.

O ditador norte-coreano, Kim Jong-un, anuncia, pois, metodicamente, ao mundo o seu programa de destruição nuclear, primeiro, testes duma bomba atómica clássica, agora, colocando-se ao nível, dos grandes, dizendo que detém a Bomba H, ou bomba de hidrogénio.

Este anúncio da Coreia do norte, surge cerca de duas semanas depois das sanções económicas do conselho de segurança da ONU, nomeadamente, de dois dos seus membros permanentes, a China e a Rússia, que votavam pela primeira vez uma resolução do género ao lado dos restantes membros do conselho.

Sanções para ver se a Coreia do norte, abandonava as suas provocações de lançar mísseis em direcção à Coreia do sul e ao Japão.

Nada feito! Em vez de parar, a Coreia do norte aumenta ao máximo o ritmo de provocação, anunciando ao mundo que dispõe de bomba de hidrogénio, permitida apenas aos 5 membros permanentes do conselho de segurança da ONU.

Condenação unânime da Comunidade internacional

O que faz a comunidade internacional? Assustada, limita-se, uma vez mais, a condenar veementemente mais esta provocação do ditador Kim Jong-un.

O Presidente americano, Donald Trump, que tinha prometido "fogo e fúria jamais vistos na história da humanidade" ao regime de Pyongyang, reagiu, a mais esta provocação norte-coreana, através da sua conta Twitter, dizendo que "o apaziguamento não funciona com a Coreia do norte".

"A Coreia do norte, levou a cabo um novo teste nuclear maior. As suas palavras e acções continuam a ser muito hostis e perigosas para os Estados Unidos", acrescentou, Donald Trump.

O presidente americano, prosseguiu em mais 2 tuítes, sublinhando  que "a Coreia do sul, se apercebe, como eu já tinha dito, que o seu discurso de apaziguamento com a Coreia do norte não funcionará, pois, só compreende uma coisa !"

"A Coreia do norte é um estado pária que se tornou uma grande ameaça e uma fonte de embaraço para a China, que tenta ajudar mas com pouco sucesso", sublinhou ainda o presidente dos Estados Unidos.

Precisamente, do lado da China, o presidente XI Jinping, que discursava na cimeira dos BRICS, no sul chinês, limitou-se a condenar "vigorosamente", mais este teste da Coreia do norte, que "agrava a sua situação", sem mais pormenores.

A China, principal protectora da Coreia do norte, prefere mais o diálogo e que o regime norte-coreano, disponha de bomba nuclear, do que ser "invadida" por refugiados daquele país, em caso de uma guerra.

Por seu lado, a Rússia, antiga protectora da Coreia do norte e ainda condescendente em relação ao regime de Pyongyang, "condenou de maneira mais forte" mais este teste norte-coreano.

Os mais incisivos, para além dos Estados Unidos, são a Coreia do sul, que reclama uma "punição severa " da Coreia do norte, "medidas diplomáticas e mais sanções para isolar Pyongyang".

Também o Japão condenou mais este teste norte-coreano e reclamou uma reunião do conselho de segurança da ONU.

Na mesma linha a França, com o Presidente Macron, a pedir à comunidade internacional a "reagir com maior firmeza" e uma" reacção do conselho de segurança".

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, condenou a "escalada da Coreia do norte e pediu mais endurecimento das sanções da União europeia".

Coreia do norte dispõe de tecnologia atómica desde 1989

Em resumo, os ditadores da Coreia do norte, primeiro o avô, Kim Il-sung, depois o pai, Kim Jong-il, e agora o filho, Kim Jong-un, continuam a provocar o mundo, desde 1989, quando Pyongyang anunciou à comunidade internacional que dispunha do centro nuclear Yongbyon.

O pai da bomba atómica do Paquistão, Abdul Qadeer Khan, reconheceu, ter fornecido tecnologia nuclear à Coreia do norte.

Depois, a Coreia do norte fez o seu primeiro teste em 1998, inspecções da Agência internacional de energia atómica, ao famigerado centro Yongbyon, que chegou a ser encerrado, para entrar em funcionamento mais tarde.

Em 1999, os Estados Unidos, aligeiraram as sanções contra a Coreia do norte e o presidente Bill Clinton, chegou mesmo a dar em troca petróleo e energia para um programa nuclear norte-coreano civil.

Com George Bush, em 2002, a Coreia do norte, foi incluida na lista do Eixo do Mal, com outros países, como o Iraque e o Irão. Mas, Bush, forneceria depois indústria de enriquecimento do urânio, à Coreia do norte, para uso civil.

Veio depois, Obama, que prosseguiu as políticas de Bush e Clinton, em relação à Coreia do norte.

Mesmo assim, em momentos de tensão quer Bill Clinton, quer Obama, ameaçaram atacar com bomba atómica a Coreia do norte, que continuava a lançar mísseis contra os seus dois vizinhos, Coreia do sul e o Japão.

Houve visitas de 2 presidentes americanos à Coreia do norte, primeiro, Jimmy Carter, em 1994 e 2011 e depois Bill Clinton, em 1999, mas, nada resultou!

Nesse meio tempo, a Coreia do norte, abandonou o Tratado internacional de não proliferação de armas nucleares, em 2003, e lançou-se a fundo na estratégia nuclear, com apoio camuflado, segundo certos analistas, da China, Rússia e do próprio Irão ou ainda da Ucrânia.

E chegamos aos dias de hoje, com uma Coreia do norte, a anunciar ao mundo que tem tecnologia de bomba de hidrogénio, mísseis intercontinentais, depois dos primeiros tiros de mísseis no mar do Japão em 2006, que continuaram, até às últimas provocações deste ano.

O ditador da Coreia do Norte, investe em mísseis, enquanto a maioria da sua população vive na miséria absoluta e não dispõe de medicamentos de base.

Enfim, a comunidade internacional, o conselho de segurança da ONU e a União europeia, continuam a condenar as acções da Coreia do norte, com a Rússia, China ou Alemanha, insistindo em diplomacia e diálogo.

01:45

João Matos sobre reacções a anúncio de bomba H da Coreia do norte

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