Irão ameaça sair do acordo nuclear

Hoje, o Irão ameaçou abandonar rapidamente o acordo nuclear que assinou em 2015 com as grandes potências se os Estados Unidos persistirem na sua "política de sanções e coerção".

Presidente iraniano Hassan Rohani em 2016. REUTERS/Lucas Jackson

Ao dirigir-se hoje aos parlamentares que devem validar o seu novo gabinete depois da sua reeleição em Maio por um segundo mandato de 4 anos, o Presidente iraniano apresentou as grandes linhas da sua política e referindo-se às relações do seu país com o exterior, Hassan Rohani não excluiu a eventualidade de sair do acordo nuclear em virtude do qual o Irão limita o seu programa nuclear ao âmbito civil em troca do levantamento progressivo das sanções internacionais.

Em 2015, o acordo que foi assinado com os Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha recebeu um forte impulso do Presidente americano da época, Barack Obama, o que já não sucede com o actual Presidente dos Estados Unidos que ainda durante a campanha eleitoral não escondeu a sua hostilidade a este compromisso. No passado mês de Julho, Donald Trump mandou impor uma série de sanções contra o Irão pelo seu alegado "desempenho pernicioso" no Médio Oriente. Estas medidas visam 18 pessoas ligadas ao programa iraniano de mísseis balísticos e membros dos "Guardiões da Revolução", o corpo militar de elite do Irão. Logo nessa altura, o Irão denunciou uma "violação" do acordo nuclear.

Hoje ao reiterar essas acusações, Hassan Rohani disse que teria preferência em permanecer no acordo, mas que esta "não é a única opção" e que "se os Estados Unidos optarem por voltar aos métodos unilaterais, pode-se regressar à situação anterior num prazo muito curto -não em semanas ou meses- mas sim em dias ou horas", antes de martelar ainda que "Donald Trump comprovou ao mundo que não é um bom parceiro".