Nobel da paz chinês em liberdade por razões médicas

O opositor chinês Liu Xiaobo foi posto em liberdade condicional por razões médicas, no final de Maio. A notícia foi avançada esta segunda-feira pela ONG Amnistia Internacional, o prémio Nobel da Paz sofre de um cancro no fígado em fase terminal.

O opositor chinês Liu Xiaobo foi posto em liberdade condicional por razões médicas DANIEL SANNUM LAUTEN / AFP

O escritor e activista chinês premiado com o Prémio Nobel da Paz,Liu Xiaobo, foi libertado depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro no fígado no passado dia 23 de Maio. Alguns dias mais tarde Liu Xiaobo saiu da prisão para tratamento médico no hospital de Shenyang no nordeste do país, onde se encontra actualmente.

O dissidente de 61 anos cumpre desde 2009 uma pena de prisão e 11 anos, acusado de tentar “subverter as instituições do Estado” por ter participado na elaboração da Carta 08, um documento que celebrava o 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Em 1989, durante a revolta estudantil na praça Tiananmen, Liu Xiaobo interveio para tentar negocial a evacuação de milhares de jovens manifestantes, no momento em que a o exército se preparava para invadir a praça. A repressão fez vários mortos. Liu Xiaobo passou em seguida três anos num campo de trabalho, entre 1996 e 199, por ter lutado pela libertação dos jovens detidos durante a revolta estudantil.

Em 2010, o escritor foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, tornando-se na terceira pessoa a receber o prémio durante o cumprimento de uma pena de prisão, depois do alemão Carl von Ossietzky, em 1935, e a birmanesa Aung San Suu Kyi, em 1991.

Teresa Nogueira, especialista da China na Amnistia Internacional Portugal, analisa o contexto desta libertação alegando que Pequim quer evitar que o opositor em causa morra "nas suas masmorras".

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Teresa Nogueira, especialista da China na Amnistia Internacional Portugal, evoca a figura ímpar de Liu Xiaobo, como defensor dos direitos humanos.

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