Arranque oficial da campanha para as legislativas francesas
Começou hoje oficialmente a campanha para as legislativas francesas de 11 e 18 de Junho. 6500 candidatos têm 3 semanas para conquistar 577 assentos parlamentares. Consideradas como sendo a terceira e quarta volta de presidenciais que foram marcadas por mudanças profundas no microcosmo político francês, com a emergência do movimento "en Marche" do Presidente Emmanuel Macron, estas legislativas deverão responder à pergunta latente desde as presidenciais: saber se Emmanuel Macron vai beneficiar de uma maioria absoluta ou se pelo contrário vai ter que lidar com uma coabitação.
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Para os partidos ditos de "governação", os Republicanos e o Partido Socialista, trata-se de estancar a hemorragia de quadros que migram para o movimento do presidente Macron. Ainda antes do arranque oficial hoje da campanha para as legislativas, o cabeça de lista republicano François Baroin denunciou o "unanimismo ilusório e efémero" em torno da vitória de Macron nas presidenciais e aludiu ao governo nomeado por este último como sendo um "governo provisório". Por sua vez, Jean-Christophe Cambadélis, primeiro secretário dos socialistas literalmente desfeitos nas presidenciais com pouco mais de 6% dos votos, ao referir encarar reformas profundas e até uma mudança de nome para este partido, não deixou igualmente de criticar a postura de Emmanuel Macron que desde o começo do seu mandato anunciou que pretende governar por decreto. "Não se pode passar em força sobre questões económicas e sociais" declarou Cambadélis.
Com efeito, na forja já está uma reforma do Código do Trabalho a ser discutida esta semana com os parceiros sociais, assim como um projecto de lei para os eleitos deixarem de acumularem mandatos, um texto que o executivo pretende fazer passar ainda antes das legislativas, uma perspectiva perante a qual vários deputados cessantes com outros mandatos em paralelo se anteciparam e desistiram de se candidatar nestas legislativas, o que de uma forma ou de outra vai marcar uma renovação dos representantes no seio do hemiciclo.
Refira-se ainda que o outro partido que se destacou nas presidenciais, a extrema-direita da Frente Nacional, apelou a uma "verdadeira oposição". Ao encarar um possível cenário de maioria do movimento de Macron, o vice-presidente da Frente Nacional Florian Philippot considerou que "esta maioria tem de ser a mais fraca possível". Todavia, de acordo com uma sondagem divulgada na semana passada, o movimento do presidente chega bem à frente, recolhendo 27% das intenções de voto e atrás ficam os Republicanos e a Frente Nacional respectivamente com 20% das intenções de voto.
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