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Venezuela

"Maduro está a sequestrar a democracia na Venezuela"

Na Venezuela mais duas pessoas perderam a vida, quarta-feira, elevando para 39 o número de vítimas mortais nas manifestações de apoio e contra o Presidente Nicolas Maduro. Os protestos intensificaram-se desde o início do mês de Abril no país. 

Manifestantes e forças de segurança continuam a enfrentar-se nas ruas de Venezuela
Manifestantes e forças de segurança continuam a enfrentar-se nas ruas de Venezuela Fonte: Reuters
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A informação foi avançada pelo Ministério Público que confirmou as duas vítimas mortais. Miguel Castillo Bracho, de 27 anos, era jornalista e, segundo a polícia, foi atingido mortalmente por uma arma de fogo em Caracas. A segunda vítima mortal é um motorista de táxi que tinha sido alvejado na segunda-feira em Mérida e que acabou por não resistir aos ferimentos.

As duas vítimas elevam para 39 o número de pessoas que perderam a vida desde o início do mês de Abril nos confrontos pró e contra Maduro.

Nas ruas os polícias e os militares continuam a recorrer às granadas de gás lacrimogéneo e canhões de água para afastar os contestatários. Por sua vez, os manifestantes mudaram de táctica ao trocar os cocktails molotov pelas “bombas” de excrementos humanos, em resposta à “repressão” das forças de ordem.

Fernando Campos, conselheiro das comunidades portuguesas descreve um ambiente de intimidação por parte do governo, contudo reconhece que nas ruas a oposição montou um cenário de resistência. "A situação degrada-se de dia para dia e o governo tenta por todos os meios de manter-se no poder. Perderam a rua, nas zonas onde a oposição tem mais incidência as manifestações são diárias. Há muitos jovens na rua".

O líder da oposição, Henrique Capriles, afirmou que “85 oficiais e os seus familiares” lhe pediram “para fazer saber a todos os meios de comunicação que existe um grupo que pretende defender a Constituição”. Nicolas Maduro que tenciona reescrever a Constituição.

Ontem a Procuradora-Geral da Venezuela, Luísa Ortega, denunciou o recurso aos tribunais militares para julgar os civis detidos durante a vaga de manifestações lembrando que "a constituição do país garante que os processos civis devem ser julgados pela jurisdição ordinária".

Fernando Campos reconhece que "finalmente ela ( Procuradora-Geral) está a fazer o trabalho que tem de fazer. Está a levantar a voz, não sabemos as consequências que isso pode ter".

Na Venezuela, Luísa Ortega aparece como a única voz discordante no campo do Presidente. Em Março opôs-se à decisão do Supremo Tribunal, aliado do chefe de Estado, ser ter apropriado, ainda que brevemente, dos poderes do Parlamento.

O conselheiro das comunidades portuguesas reage ainda ao facto de Nicolas Maduro ter distribuído 400 mil armas às milícias populares dizendo que "atenta contra todas as leis internacionais. Isto que se está a passar aqui é realmente sequestrar a democracia".

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Fernando Campos, conselheiro das comunidades portuguesas na Venezuela

 

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