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França

Microcosmo político francês apela a barragem anti-FN

Logo após o anúncio dos resultados provisórios da primeira volta das presidenciais aqui em França dando a vitória ao candidato sem etiqueta Emmanuel Macron com um pouco mais de de 23% dos votos e à líder de extrema-direita Marine le Pen com um pouco mais de 21% dos votos, as reacções não se fizeram esperar, a começar pelo próprio vencedor deste primeiro turno, Emmanuel Macron que falou num "virar de uma página da vida política da França".

Emmanuel Macron, ovacionado na sua sede de campanha esta noite.
Emmanuel Macron, ovacionado na sua sede de campanha esta noite. RFI/Pierre René-Worms
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Ao agradecer os seus eleitores na sua sede de campanha em Paris, o antigo ministro da economia que beneficiou do apoio inequívoco de uma parte dos dirigentes socialistas assim como de representantes do centro, considerou que "no espaço de um ano conseguiu-se mudar o rosto da vida política francesa". Por sua vez, a partir do seu feudo de Henin-Beaumont, no norte de França, Marine le Pen saudou uma falou em "resultado histórico" e assegurou que "uma primeira etapa foi ultrapassada". Esta é a segunda vez que a Frente Nacional chega à segunda volta nas presidenciais. Este partido de extrema-direita criado em 1972 pelo pai, Jean-Marie le Pen, chegou à segunda volta em 2002, com o então líder do partido a alcançar 16,86% dos votos.

15 anos depois, a Frente Nacional conquistou uma franja maior do eleitorado, alcançou mesmo um resultado record para esta formação, mas tal como em 2002 este partido vai ter que enfrentar a barragem republicana que se formou imediatamente após o anúncio dos primeiros resultados. Ao felicitar o seu antigo ministro da economia, o Presidente François Hollande referiu que iria muito rapidamente tomar posição relativamente à segunda fase das presidenciais que agora se perspectiva, já o Primeiro-Ministro Bernard Cazeneuve apelou abertamente a votar pelo Macron, reclamando "uma posição clara dos republicanos".

Entre os vários líderes políticos que se pronunciaram nesta noite eleitoral, um dos grandes derrotados da eleição, o candidato dos republicanos François Fillon, que obteve um pouco mais de 19% dos votos, apelou a votar a favor de Emmanuel Macron, para "lutar contra a intolerância". No mesmo sentido, o socialista Benoît Hamon que foi um dos primeiros a admitir a derrota com um pouco mais de 6% dos votos, falou em "sanção histórica para o Partido Socialista" e apelou igualmente a votar por Macron, tal como o líder centrista François Bayrou, apoio da primeira hora do Macron, que apelou à união, considerando que este escrutínio deu "a imagem de uma França dilacerada".

Na sociedade civil também, o apelo a fazer barragem à Frente Nacional é preconizado por algumas organizações de luta contra o racismo, designadamente a "SOS Racisme".Já noutro aspecto, Jean-Luc Mélenchon, o candidato da extrema-esquerda que alcançou um pouco mais de 19% dos votos, reservou a sua tomada de posição, à semelhança do candidato soberanista Nicolas Dupont-Aignan que com 5% dos votos preferiu igualmente remeter a mais tarde a comunicação de eventuais instruções de voto junto dos seus eleitores.

A nível externo esta eleição não deixou evidentemente de suscitar igualmente alguns comentários, o chefe da diplomacia alemã felicitou Emmanuel Macron e declarou-se seguro de que ele iria vencer a segunda volta das presidenciais. No mesmo sentido, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, felicitou o candidato que chegou à frente e desejou-lhe "o melhor" para a segunda volta das presidenciais.

Refira-se entretanto que cerca de 3 centenas de jovens militantes antifascistas descontentes com a perspectiva do frente a frente Macron-Le Pen que se tinham concentrado na zona da Praça da Bastilha aqui em Paris para organizar uma "noite das barricadas envolveram-se durante este serão em incidentes com a polícia, o balanço sendo de dois feridos e três detenções.

 

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