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Alemanha

Conferência sobre segurança termina no cepticismo em Munique

Terminou este domingo, em Munique, na Alemanha, mais uma conferência anual sobre política de segurança internacional, na qual participaram 500 líderes do mundo interio, na primeira linha membros da NATO, nomeadamente dos Estados Unidos e da União europeia.

Ministro francês dos negócios estrangeiros, Jean-Marc Ayrault, céptico em relação aos Estados Unidos na conferência sobre segurança em Munique
Ministro francês dos negócios estrangeiros, Jean-Marc Ayrault, céptico em relação aos Estados Unidos na conferência sobre segurança em Munique REUTERS/Michaela Rehle
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Munique, no sul da Alemanha, recebe todos os anos a conferência sobre segurança internacional. Durante 3 dias, desde sexta-feira, até este domingo, 19 de fevereiro, cerca de 500 líderes dos países membros da NATO, da União europeia, da ONU, Rússia ou China, analisaram os vários conflitos e guerras que se colocam à segurança internacional.

A conferência internacional de Munique, terminou num clima de uma certa desconfiança dos países da União europeia, em relação à verdadeira posição dos Estados Unidos, apesar das garantias dadas pelo seu vice-presidente, Mick Pence, do apoio incondicional americano à NATO.

Os Estados Unidos vão continuar ao lado da Europa mesmo se procuramos "novos meios de cooperação com a Rússia, que tem respeitar as regras do direito internacional não destabilizando a Ucrânia", observou o vice-presidente americano.

Apesar do discurso de Mike Pence garantindo, em nome do presidente americano, Donald Trump, a continuidade da cooperação no seio dos membros da NATO, registaram-se reservas de dirigentes dos países europeus, nomeadamente, da Alemanha e da França

O ministro francês dos negócios estrangeiros, Jean-Marc Ayrault, presente em Munique, mostrou-se circunspecto, deplorando que o vice-presidente americano, Mike Pence, não tenha feito nenhuma referência directa à União europeia.

Paralelamente, o chefe da diplomacia francesa, dava uma entrevista ao "Journal du Dimanche", afirmando que qualquer tentativa dos Estados Unidos de dividir os europeus estará condenada ao fracasso, pois, não têm meios de compensar as vantagens que a União europeia dá aos seus membros.

O ministro francês dos Negácios estrangeiros, Jean-Marc Ayrault, indicou ainda que a França não aceitará ingerências estrangeiras, americana ou russa, durante a campanha para as presidenciais francesas de abril e maio deste ano.

Perguntado sobre a ausência de unidade dos europeus face à visão do mundo do presidente dos Estados Unidos,  Donald Trump, o chefe da diplomacia da França, respondeu, que "está a mudar e esta tomada de consciência é largamente devido aos ataques repetidos de Donald Trump contra a Europa".

Recorda-se que o presidente americano, Trump, declarou várias vezes que não estava preocupado com o futuro da União europeia, que não lhe interessa e que defendia o Brexit, a saída da União europeia, decidida pelo povo soberano do Reino Unido.

Mesmo a primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou em Munique que apesar do Brexit, o "interesse dos Estados Unidos era o de ter uma Europa forte".

A chanceler alemã Angela Merkel, mostrou-se também céptica, nesta conferência de Munique sobre a segurança internacional, defendendo o multilateralismo e sublinhando que "nenhum país por mais poderoso que seja, consegue resolver sozinho os problemas globais deste mundo".

Enfim, do seu lado, o chefe da diplomacia da Rússia, Serguei Lavrov, igualmente presente em Munique, defendeu uma "nova ordem pós-ocidenta"l livre da dominação ocidental e uma cooperação "pragmática" com os Estados Unidos.

Em entrevista à RFI, Domingos Luvumbo, economista angolano, residente em Munique, participou, enquanto conselheiro da Fundação Hanns Seidel, próxima da CSU, nesta conferência sobre segurança internacional, faz-nos "um balanço positivo, colocando de lado a hipocrisia do mundo diplomático."

06:00

Domingos Luvumbo, economista angolano que participou na conferência de Munique sobre segurança mundial

 

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