Síria: rebeldes e regime sentados à mesma mesa
Conversações de paz sobre a Síria no Cazaquistão. Enviados de Bashar al-Assad e representantes dos rebeldes sentados à mesma mesa numa reunião organizada pela Turquia, que apoia a oposição, e pelo Irão e a Rússia, que apoiam o regime sírio.
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Iniciada a primeira ronda de negociações de paz sobre a Síria em Astana, capital do Cazaquistão. Conversações que acontecem graças a um pacto entre Moscovo, que apoia Damasco, e Ancara, que apoia a oposição síria.
A sessão foi aberta com um discurso do ministro dos Negócios Estrangeiros do Cazaquistão, Kaïrat Abdrakhmanov. São as primeiras negociações em nove meses e o estado actual da situação no terreno indicam que as hipóteses de terem sucesso são poucas.
As partes insistem no respeito do cessar-fogo instaurado a 30 de Dezembro e conseguido com a ajuda da Rússia, Turquia e Irão. Regime e oposição insistem na tecla da desconfiança com as violações recíprocas do acordo.
Os rebeldes sírios, entretanto, anunciaram a retoma das armas contra o exército de Bachar al-Assad em caso de falhanço das negociações de paz: “Nós somos pelas negociações, mas se elas falharem, infelizmente, não teremos outra escolha que a de continuar os combates”, sublinhou Ossama Abou Zeid, um porta-voz da delegação rebelde.
O chefe da delegação síria, Bachar Jaafari, embaixador na ONU, insistiu na criação de um “processo político” de resolução do conflito e uma separação entre rebeldes e jihadistas.
Mesmo se rebeldes e regimes estão sentados à mesma mesa, os dissidentes decidiram não se dirigir directamente aos representantes de Damasco.
Na quinta-feira da semana passada, à margem do Fórum Económico Mundial, em Davos, Suíça, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse esperar que este encontro possa "constituir um passo positivo com vista à retomada das negociações intra-sírias sobre a Síria em Genebra".
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, a guerra na Síria começou em Março de 2011 e provocou já mais de 300 mil mortos.
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