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Reino Unido

Cimeira Anticorrupção vista como "manobra de limpeza de imagem"

Londres é palco da Cimeira Anticorrupção que reúne dirigentes do todo o mundo. O objectivo é lançar uma ofensiva global contra a corrupção, depois das revelações sobre a evasão fiscal dos "Panama Papers". Luís de Sousa, presidente da secção portuguesa da Transparência Internacional, denuncia uma "manobra de limpeza de imagem" após o escândalo dos "Panama Papers" e espera que se vá para além da declaração de intenções.  

Cimeira Anticorrupção em Londres, 12 de Maio de 2016.
Cimeira Anticorrupção em Londres, 12 de Maio de 2016. REUTERS/Dan Kitwood/Pool
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A Cimeira Anticorrupção, que decorre esta quinta-feira em Londres, foi convocada pelo primeiro-ministro David Cameron e surge na sequência das revelações sobre evasão fiscal dos "Panama Papers".

O objectivo é lançar uma ofensiva global contra a corrupção, mas Luís de Sousa, presidente da secção portuguesa da ONG Transparência Internacional, fala em "manobra de limpeza de imagem" após o escândalo de evasão fiscal a nível mundial.

"Tendo surgido num contexto de reacção a todo este escândalo e estando o próprio primeiro-ministro britânico de certa forma envolvido também nas alegações que foram feitas, parece-me um pouco mais uma manobra de limpeza de imagem do que propriamente uma intenção clara de alterar o estado da arte relativamente aos offshores", declarou Luís de Sousa à RFI.

 

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Luís de Sousa, Presidente da secção portuguesa da Transparência Internacional

O politólogo acrescentou que "o que se espera não é apenas declarações de intenções mas é começar a ver o cerco apertado a este tipo de paraísos fiscais e offshores porque há uma dimensão de segurança", visto que "não é só corrupção, não é só fraude fiscal".

"O dinheiro que é aí lavado é dinheiro que pode dar entrada nas nossas economias, é dinheiro que foi lavado de actividades criminais, crime organizado, tráfico de droga, venda de armas, diamantes de sangue, o que quer que seja, e depois não se distingue o trigo do joio. Todas as acções terroristas têm muito, mas muito a ver com a governança global da economia e a injustiça em termos de redistribuição da riqueza que temos vindo a viver", considerou Luís de Sousa.

Para a cimeira anticorrupção de Londres foram convidados dirigentes mundiais, instituições financeiras e organizações não-governamentais, entre os quais os presidentes do Afeganistão, Colômbia e Nigéria, o chefe da diplomacia norte-americana, os líderes do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Esta semana, mais de 300 economistas de 30 países, entre os quais Thomas Piketty, autor de O Capital no Século XXI, e Angus Deaton, Prémio Nobel da Economia, subscreveram uma carta aos dirigentes mundiais apelando para o fim dos paraísos fiscais.
 

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