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Política /Espanha

Espanha: partidos negociam face ao impasse político

Após as recentes eleições legislativas que puseram em causa o modelo político que prevalecia na Espanha, no decurso dos últimos 50 anos, a Espanha encontra-se numa encruzilhada. As duas forças políticas tradicionais, o Partido Popular (PP) e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) deverão futuramente chegar a um consenso com os partidos emergentes, o Podemos (esquerda radical) e o Ciudadanos (neo- conservadores) da Catalunha.

Pedro Sanchez,líder do PSOE
Pedro Sanchez,líder do PSOE REUTERS/Sergio Perez
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A Espanha vai ter que se habituar ao fim do bi-partidarismo que dominou a sua vida política nas últimas cinco décadas. Duas novas forças políticas, o Podemos, liderado Pablo Iglesias, e o Ciudadanos, de Alberto Rivera, puseram um termo à habitual maioria parlamentar obtida ora pelo Partido Popular, ora pelo Partido Socialista Espanhol Operário, durante os escrutínios legislativos.

O Partido Popular(PP) de Mariano Rajoy embora tenha obtido o maior número de assentos com um total de 123, está longe de dispôr de uma margem confortável para governar a Espanha.

Na anterior legislatura o PP dispunha de 183 assentos nas Cortes, Assembleia Espanhola.

Mariano Rajoy, defende o seu balanço, afirmando que a política do seu governo contribuiu para superar gradualmente a forte crise económica que afecta o reino da Península Ibérica.

Todavia a austeridade e os escândalos de corrupção em que estiveram envolvidos figuras do seu partido, convenceram os eleitores espanhóis de que tinha chegado a hora da mudança.

A emergência do Podemos e do Ciudadanos reflecte simultâneamente a mudança reclamada por outros sectores da sociedade espanhola e o impasse com a qual a mesma está confrontada para formar um novo governo, face à ausência de uma maioria tanto à esquerda como a direita.

Nesta quarta-feira, Mariano Rajoy defendeu a continuidade de um governo liderado pelo Partido Popular. O chefe do Partido Socialista Operário Espanhol, Pedro Sanchez, está pronto para um compromisso com o PP, mas somente com a liderança de outro dirigente e não o primeiro-ministro cessante, Mariano Rajoy. Segundo Sanchez os espanhóis votaram a favor da mudança e por conseguinte o governo deve encarná-la.

Os líderes do Podemos e do Ciudadanos, respectivamente Pablo Iglesias e Alberto Rivera rejeitaram a hipótese de participar numa coligação com o PP, bem como de se abster perante um governo eventualmente chefiado por Mariano Rajoy.

Em declarações à RFI, o cineasta português residente na Espanha, Bruno Neves Lopes realçou que o impasse político actual em matéria de governabilidade confirma nomeadamente a impreparação dos espanhóis face ao fim do bi-partidarismo.

 

04:11

Bruno Neves Lopes 23.2.2015

 

 

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