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União Europeia

Começou operação naval da UE contra tráfico de migrantes

Esta quarta-feira, começou a operação militar da União Europeia para desmantelar as redes de tráfico de migrantes nas águas internacionais no Mediterrâneo. Ao largo da Líbia, já estão seis navios de guerra europeus.

REUTERS/Dimitris Michalakis
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Depois de uma primeira fase, a funcionar desde Junho, em que a “Eu Navfor Med” recolheu informação sobre as redes de tráfico, esta quarta-feira foi dado o pontapé de saída para que as embarcações europeias possam arrestar, apreender e destruir navios que lhe pareçam suspeitos.

Esta segunda fase foi baptizada “Sofia” em homenagem ao bebé que nasceu após o resgate de um barco, em Agosto, durante uma operação da marinha alemã que estava à procura de informações sobre as redes criminosas que operam a partir da costa líbia.

A patrulhar a costa noroeste da Líbia, desde a fronteira tunisina até Sirte – com excepção de uma zona diante de Tripoli – estão seis navios de guerra europeus, incluindo um porta-aviões italiano, uma fragata francesa, uma britânica e uma espanhola, além de dois navios alemães, e cerca de 1300 soldados. A operação conta, ainda, com três aeronaves, e vai ter, até ao final do mês, mais três embarcações das marinhas da Bélgica, Reino Unido e Eslovénia.

O objectivo é travar o negócio daqueles que ganham a vida com os que arriscam a sua. A Líbia é a principal porta de saída de milhares de refugiados que sonham entrar na Europa e pagam fortunas para embarcar em botes sem quaisquer condições e sobrelotados.

 

A opinião de Manuela Aguiar, antiga Secretária de Estado portuguesa da Emigração

Manuela Aguiar, antiga Secretária de Estado portuguesa da Emigração, concorda com a perseguição aos passadores mas relembra que “os traficantes actuam porque não há meios de valer a refugiados e a pessoas que estão em situações aflitivas”.

A também presidente da Associação Mulher Migrante considera que a União Europeia deveria ser mais solidária, denunciando que a UE “não age, reage”. Por outro lado, Manuela Aguiar aponta que os Estados Unidos também deveriam assumir a sua responsabilidade “por tudo aquilo que se está a passar no Iraque, na Síria e no Afeganistão”, considerando que “na ânsia de derrubar ditaduras, criam situações ainda piores do que as que existiam”.

 

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A opinião de Manuela Aguiar

 

Números recorde de migrantes a atravessar o Mediterrâneo

Desde Janeiro até 06 de Outubro deste ano, a Organização Internacional das Migrações contou um número recorde de 564.031 chegadas de migrantes à Europa, através do ma Mediterrâneo.

A organização contou, ainda 2.988 pessoas que morreram no mar este ano.

O país que acolheu mais migrantes foi a Grécia, com 427.473 chegadas, seguindo-se a Itália com 133.451 chegadas. Os sírios foram os mais numerosos a chegar à Grécia (175.375 pessoas). À Itália, são as pessoas provenientes da Eritreia as mais numerosas (30.708).

 

Merkel e Hollande querem “mais Europa”

Face à chegada à Europa de um fluxo de refugiados sem precedentes, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, lançaram, esta quarta-feira, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, um apelo aos parceiros europeus.

“É agora que precisamos de mais Europa”, declarou Angela Merkel perante o hemiciclo de eurodeputados, enquanto François Hollande afirmou que “o debate não é entre menos ou mais Europa, é entre a afirmação da Europa ou o fim da Europa”.

 

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