Air France na rota da turbulência
Depois do fracasso das negociações com os pilotos, na sexta-feira passada, a direcção Air France decidiu apresentar o novo plano de restruturação "Perform 2020". Os objectivos são equilibrar as contas da empresa face à concorrência das companhias low cost e dos países do Golfo. Um anúncio que acabou em violência física e que obrigou alguns membros da direcção a fugir da reunião.
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Segundo a direcção da Air France, as violências físicas começaram durante o comité central da empresa, no qual o director de recursos humanos, Xavier Broseta, anunciou o corte de 2900 postos de trabalho. Uma notícia que inflamou os trabalhadores que agrediram o responsável dos recursos humanos, que ficou sem camisa, e alguns membros da direcção tiveram de fugir da reunião. O primeiro-ministro, Manuel Valls, e o secretário de Estado para os Transportes, Alain Vidalies, já vieram condenar este episódio.
Plano Social da Air France
A direcção da companhia aérea prevê, nos próximos dois anos, suprimir 2900 postos de trabalho, entre hospedeiras, comissários de bordo e pilotos. Estes despedimentos são consequência directa do encerramento de cinco rotas e da "reforma" de quatorze aviões. A Air France renuncia assim à compra de novos aparelhos e menos aparelhos a voar, implica menos funcionários.
A empresa prevê mesmo despedimentos sem contrapartidas. O anúncio foi feito pelo patrão da Air France-KLM que fala num palno em dias fases. Até 2016 serão retirados do ar os cinco aparelhos, e se as negociações não estiveram bem encaminhadas, a reforma dos outros aparelhos, a supressão de postos de trabalho suplementares, que podem ir até aos 8 mil. A este cenário junta-se ainda, a pressão que a direcção continua a fazer aos pilotos para que aceitem voar uma centena de horas sem contrapartida financeiras, o que tem sido negado até agora.
Greve do pessoal da terra
Vários sindicatos da Air France lançaram um apelo de greve para o pessoal da terra. Os sindicatos estão contra o novo plano e reestruturação. Este apelo à greve é um dos primeiros avisos à direcção, avançou Medhi Kémoune, secretário-geral adjunto da CGT da Air France. O sindicato considera inadmissível a postura da empresa e avança que não devem ser os funcionários a pagar pela má política de gestão da direcção.
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