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Mundo

Arábia Saudita : desorganização das autoridades locais estará na origem da debandada em Meca

A falta de organização por parte das autoridades da Arábia Saudita está a ser apontada como o principal  factor que levou à debandada que tirou a vida a pelo menos 717 peregrinos e deixou 863 pessoas feridas, ontem em Mina, a cerca de cinco quilómetros de Meca. Uma das mais graves tragédias dos últimos 25 anos durante a peregrinação anual Hajj.

Cidade de Mina, perto da cidade sagrada de Meca, onde mais de 700 pessoas ficaram sem vida na sequência de uma debandada de peregrinos.
Cidade de Mina, perto da cidade sagrada de Meca, onde mais de 700 pessoas ficaram sem vida na sequência de uma debandada de peregrinos. REUTERS/Ahmad Masood
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As autoridades iranianas deploraram a morte de 131 cidadãos na debandada trágica em Maca e 60 iranianos ficaram feridos. O Teerão aponta a responsabilidade às autoridades sauditas por "má gestão dos peregrinos".

O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, decretou três dias de luto nacional e afirmou que a Arábia Saudita deveria assumir todas as responsabilidades da tragédia de ontem.

Os deputados iranianos denunciaram a "incompetência" do governo saudita no que toca à organização da peregrinação a Meca, mas também às falhas registadas depois do acidente, nomedamente, a falta de assistência aos feridos.

Em resposta, as autoridades sauditas prometeram abrir um inquérito '"rápido e transparente" para apurar as circunstâncias em que se deu o movimento de multidão no qual mais de 700 pessoas perderam ontem a vida. Vários ministros sauditas denunciaram a falta de disciplina dos peregrinos, entre eles o ministro saudita da saúde, Khalil al-Falih, que afirmou na televisão pública da Arábia Saudita que; "se os peregrinos tivessem seguido as instruções, poderíamos ter evitado este tipo de acidente".

O jornalista argelino, Adel Gastel, que já fez peregrinação explica que há dois tipos de peregrinos; "os que são acompanhados por agências de turismo e os pobres". Ao microfone da correspondente da RFI, Clemence Rodriguez, o jornalista argelino explica ainda que estes peregrinos com fracos recursos financeiros; "não têm possibilidade de ser acompanhados por guias, dormem no chão e têm acesso a poucos serviços. Os guias mostram às pessoas o que podem ou não fazer. Mas estão perante milhões de pessoas que não percebem tudo e que nem sempre falam a mesma língua porque vêm de mundos muçulmanos diferentes".

Numa altura em que várias vozes se levantam para apontar responsabilidade às autoridades sauditas, o Rei saudita ordenou uma revisão das medidas de segurança da peregrinação anual a Meca, depois de pelo menos 717 peregrinos terem morrido e 873 ficado feridos ontem em Mina.

 

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