A Coreia do Norte reactiva reactor nuclear
A Coreia do Norte anunciou hoje a reactivação do reactor nuclear, em Yonbyon, para desenvolver o programa de armas atómicas do país. Segundo o regime de Pyongyang esta acção insere-se na política de “progresso económico do país”.
Publicado a: Modificado a:
O anúncio acontece algumas semanas depois do septuagésimo aniversário do partido e numa altura em que a comunidade internacional se mostra inquieta com o tom bélico da Coreia do Norte que se prepara para lançar um novo satélite espacial.
Numa entrevista à agência oficial norte-coreana KCNA, o director do Instituto de energia atómica indicou que o país “está a avançar na fase final de desenvolvimento de um novo satélite de observação da Terra para o prognóstico do tempo e outros propósitos”.
A central nuclear conta com o rector que é considerado como a principal fonte de plutónio para fins militares do regime. Um reactor de com megawatts e que segundos os peritos é capaz de produzir cerca de seis quilogramas de plutónio por anos, ou seja quantidade suficiente para uma bomba nuclear.
A Coreia do Sul já reagiu a este anúncio dizendo que qualquer lançamento de satélite pelo norte será considerado um teste de míssil balístico e uma provocação “grave” que viola as resoluções da ONU. “Qualquer lançamento de um míssil balístico pela Coreia do Norte é um grave acto de provocação”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa, Kim Min-Seok.Há três semanas que as duas Coreias se sentaram à mesma mesa para tentar desbloquear as tensões que correm o risco de degenerar. Pyongyang e Seoul tinham mesmo chegado a acordo para reunir no final do mês de Outubro centenas de familiares separados pela guerra. Uma iniciativa, rara, que poderá não vir acontecer se o lançamento do satélite vier a acontecer.
Para Carlos Gaspar, do Instituto Português de Relações Internacionais, este anúncio pode ser: " uma tentativa da Coreia do Norte obter da comunidade internacional o seu reconhecimento como potência militar num contexto em que ainda recentemente se concluiu um acordo sobre o nuclear iraniano".
Carlos Gaspar, Instituto de Relações Internacionais-IPRI
Entrevista realizada por Liliana Henriques
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro