Morreu poetisa portuguesa Ana Hatherly
Faleceu hoje em Lisboa a poetisa e artista plástica Ana Hatherly, um dos maiores expoentes da poesia experimental portuguesa, com 86 anos de idade. O poema escrito no papel de uma certa forma tornava-se com ela numa obra visual.
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A visualidade do texto e do acto da escrita foram um dos motes da obra da poetisa, um dos nomes mais relevantes das vanguardas literárias portuguesas do século XX, como lembra a Fundação Calouste Gulbenkian.
Tratou-se de uma das fundadoras do PEN Clube português cujo início da obra remonta à década de 50.
A série "Tisanas" foi mesmo transposta para o teatro, a sua obra foi traduzida em mais de uma dezena de línguas.
Obteve várias recompensas, caso da Sociedade Brasileira de Língua e Literatura em 1978 e foi decorada com a Medalha de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Foi também premiada pela Associação Portuguesa de escritores e pelo PEN Clube.
Nas artes visuais tem obras expostas em vários recintos desde a Fundação Calouste Gulbenkian, ao Museu Berardo, ao Museu Serralves e à Cinemateca portuguesa.
Ana Hatherly instituíra também um prémio homónimo.
O seu compatriota, o poeta Fernando Pinto do Amaral, reagindo ao falecimento da poetisa admite uma perda em várias dimensões. E isto pela proximidade que tinha com a escritora e também em relação ao legado da sua obra.
O escritor lembra o cunho pessoal que Ana Hatherly sempre conferiu às suas obras, mesmo na chamada filosofia experimental.
De um registo inicial mais lírico ela terá, posteriormente, enveredado por uma fase mais assente na poesia experimental com poemas visuais que são "jogos de palavras notáveis" , antes de uma derradeira fase ligada ao maravilhoso.
Ouça aqui a reacção do poeta português Fernando Pinto do Amaral à morte de Ana Hatherly.
Fernando Pinto do Amaral
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