Ucrânia e rebeldes fecham acordo sobre cessar-fogo e desmilitarização da fronteira
Após 16 horas de reunião entre líderes de Rússia, Ucrânia, Alemanha e França, Kiev e os separatistas acordaram, nesta quinta-feira (12), um plano com o objetivo de restabelecer a paz no leste ucraniano. O acordo fechado em Minsk, capital da Belarus, prevê um cessar-fogo e a criação de uma zona tampão de onde todas as armas pesadas deverão ser retiradas dentro de 14 dias.
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A zona tempão desmilitarizada contempla uma região de 50 a 70 quilômetros de largura, mais ampla que os 30 quilômetros previstos no primeiro acordo, também fechado na cidade de Minsk, em setembro. A linha imaginária foi ampliada devido às vitórias recentes dos rebeldes, que ganharam território desde o último acordo.
Já o cessar-fogo passa a valer a partir do próximo domingo, 15 de fevereiro. O fim das hostilidades era o ponto mais urgente, já que o conflito não deu trégua nem mesmo durante as negociações. Nas últimas 24 horas, pelo menos dois soldados e sete civis morreram na região de Donetsk.
Merkel está cética
Segundo o presidente ucraniano, Petro Porochenko, o texto foi assinado sob forte tensão por causa das exigências da Rússia ao longo da maratona de reuniões que durou toda a madrugada de quinta-feira. O presidente François Hollande anunciou um "acordo global", ao final do encontro, mas a chanceler Angela Merkel fez uma avaliação bem mais pessimista.
Para o governo alemão, o documento assinado hoje não representa uma solução global para a crise ucraniana nem traz avanços consideráveis. Merkel afirma não ter nenhuma dúvida de que ainda existem grandes obstáculos para serem superados no conflito que opõe a Rússia aos ocidentais no leste da Ucrânia.
Os dirigentes separatistas pró-Rússia disseram que o acordo traz esperança de uma solução pacífica e o desenvolvimento das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lougansk.
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