Papa inicia visita à Turquia em busca de diálogo com muçulmanos
O Papa Francisco chegou na manhã desta sexta-feira (28) a Ancara, na Turquia, para uma visita oficial de três dias ao país. Além da capital turca, o papa vai a Istambul com a delicada missão de reforçar os laços com a comunidade e líderes religiosos muçulmanos. Em seus discursos, o sumo pontífice deve condenar a onda de violência que tem visado cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio.
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Esta é a primeira visita do Papa Francisco ao território turco. Pela sua Constituição, a Turquia é uma nação laica, mas de maioria muçulmana. Em seus encontros e no contato com os habitantes, Francisco vai pregar a tolerância e o combate aos extremismos.
Hoje, em Ancara, o papa tem audiências previstas com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e Mehmet Gormez, o mais alto líder religioso muçulmano do país. Sábado e domingo, ele estará em Istambul, onde terá encontro com o patriarca Bartolomeu, chefe da Igreja Ortodoxa de Constantinopla.
A Turquia abriga atualmente cerca de 2 milhões de refugiados, entre eles milhares de cristãos que fugiram da violência dos movimentos extremistas islâmicos no Iraque e na Síria. Antes do início da guerra civil, em março de 2011, a minoria cristã na Síria representava 10% da população. No caso do Iraque, o êxodo dos cristãos chegou a 70% desde o início da ofensiva militar americana de 2003.
Na última terça-feira, o papa disse que considerava "praticamente impossível" dialogar com os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI). A organização, qualificada de terrorista pelos Ocidentais, tem cometido atrocidades e execuções sumárias na imensa área que conquistou entre a Síria e o Iraque. Em meados do ano, o EI fundou um califado na região, uma forma islâmica de governo que representa a unidade e a liderança política do mundo islâmico.
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