Rivais presidenciais do Afeganistão fecham acordo de divisão de poder
Neste domingo (21), no Afeganistão, os dois candidatos presidenciais que se proclamavam vencedores - Abdullah Abdullah e Ashraf Ghani - assinaram um acordo para a formação de um governo de união nacional. A iniciativa coloca um ponto final a uma longa crise política que paralisou o país.
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Depois de três meses de acusações e brigas, em um cenário político frágil tendo a violência como pano de fundo, os dois candidatos auto-proclamados vencedores, Abdullah Abdullah e Ashraf Ghani, assinaram um acordo neste domingo.
Os substitutos de Hamid Karzai, que não pôde concorrer a um terceiro mandato por causa da Constituição afegã, vão dividir o poder da seguinte forma: Ashraf Ghani sucede a Karzai e será oficialmente empossado como o novo presidente do país. Seu rival Abdullah Abdullah ocupará as funções equivalentes a de um primeiro-ministro.
Reações
O governo dos Estados Unidos foi o primeiro a felicitar a assinatura do acordo, tendo participado ativamente das negociações entre os dois lados. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, fez diversas viagens a Cabul para convencer os adversários políticos a encontrarem uma solução.
A crise começou em abril passado, no primeiro turno da votação, quando Abdullah Abdullah ficou na frente, com larga maioria. No segundo turno, porém, foi o candidato de Karzai, Ashraf Ghani, que recebeu o maior número de votos.
Abdullah Abdullah denunciou uma fraude eleitoral e se recusou a reconhecer os resultados anunciados pela comissão eleitoral. Durante dois meses os votos foram contados e recontados e difíceis mediações foram feitas entre os dois lados até o acord, finalmente, ser assinado.
Futuro
O novo presidente afegão deve assinar um acordo securitário autorizando 10 mil soldados americanos a ficar no país até 2016, depois da partida das tropas da Otan previstas para o final de 2015. Uma medida preventiva pois a saída dos soldados da Otan deve abrir um período de incerteza no país, onde a segurança é bastante frágil.
O ex-presidente Hamid Karzai se recusou a assinar este acordo, porém, Abdullah e Ghani sempre afirmaram ser favoráveis à medida para evitar mais turbulências.
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