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Iraque/ conflito

Em menos de três semanas, mais de 1.000 já morreram no Iraque

Mais de 1.000 pessoas morreram em várias regiões do Iraque entre 5 e 22 de junho, informou nesta terça-feira (24) o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, iniciou diálogos com dirigentes curdos no país para tentar unir as forças políticas ante a ofensiva dos insurgentes sunitas.

Protestos durante funeral de 15 iraquianos, mortos em Kirkuk na segunda-feira (23).
Protestos durante funeral de 15 iraquianos, mortos em Kirkuk na segunda-feira (23). REUTERS/Ako Rasheed
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O porta-voz do Alto Comissariado da ONU, Rupert Colville, destacou que “pelo menos 757 civis morreram e 599 ficaram feridos nas províncias de Nínive, Diyala e Saladino” no período de 18 dias. “Pelo menos 318 pessoas morreram e 590 ficaram feridas durante o mesmo período em Bagdá e nas regiões do sul", declarou.

As mortes ocorreram em consequência aos confrontos entre extremistas islâmicos sunitas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) e o exército iraquiano. As vítimas incluem soldados do governo desarmados, que foram metralhados por insurgentes e jogados em valas comuns, bem como vários relatos sobre presos mortos em suas celas por forças do governo em fuga. Rapidamente, os jihadistas avançam em direção à capital do país, deixando um rastro de mortes e causando preocupação na região e no Ocidente.

Kerry se encontra com curdos

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, participou hoje de negociações com líderes da região autônoma curda do Iraque, a quem pediu para ficarem ao lado de Bagdá num momento em que a insurgência sunita ameaça o país. Ao receber o americano em Erbil, o presidente curdo Masud Barzani afirmou que a etnia deseja uma solução para a crise. Líderes curdos deixaram claro que um acordo para manter o Iraque unido está em perigo.

"Estamos diante de uma nova realidade, de um novo Iraque", declarou. Mais cedo, ele culpou as "políticas erradas" do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, pela violência e pediu que ele deixasse o governo, dizendo ser "muito difícil" imaginar o país unido.

"Como todos sabem, este é um momento crítico para o Iraque. A formação de um governo é nosso principal desafio", afirmou Kerry ao interlocutor.

Curdos ocupam territórios

A ofensiva liderada pelos jihadistas sunitas se iniciou em 9 de junho e permitiu aos curdos iraquianos assumir o controle de várias zonas do território que desejam integrar a sua região autônoma. Os cinco milhões de curdos têm um governo próprio no Iraque, onde vivem em relativa paz desde a invasão dos Estados Unidos, em 2003. Eles aproveitaram o caos deste mês para expandir seu próprio território, incluindo campos de petróleo. As forças de segurança curdas são responsáveis agora pela cidade multiétnica e rica em petróleo de Kirkuk, o centro do território disputado.

Kerry voou para a região curda após passar um dia em Bagdá, em uma viagem de emergência pelo Oriente Médio para tentar salvar a unidade do Iraque. Ele deve insistir nos encontros com os líderes locais sobre o "papel importante que os curdos podem desempenhar para ajudar o governo central a enfrentar os desafios em benefício de todos os iraquianos", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

Em campo, as forças de segurança entraram hoje em conflito com facções armadas sunitas pelo controle da maior refinaria de petróleo do país e os militantes lançaram um ataque contra uma das maiores bases aéreas iraquianas, a menos de 100 quilômetros da capital.
 

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