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Palestinos/Israel

Novo governo de união nacional palestino toma posse

O novo governo de união nacional palestino prestou juramento nesta segunda-feira (2) diante do presidente, Mahmoud Abbas. A equipe é formada por personalidades independentes e apoiada pelo Hamas. Israel já anunciou sua intenção de boicotar essa nova equipe.

Mahmoud Abbas, presidente palestino (à dir.), e o premiê Rami Hamdallah (à esq.) durante a posse do novo governo palestino na cidade de Ramallah, Cisjordânia, nesta segunda-feira, 2 de junho de 2014.
Mahmoud Abbas, presidente palestino (à dir.), e o premiê Rami Hamdallah (à esq.) durante a posse do novo governo palestino na cidade de Ramallah, Cisjordânia, nesta segunda-feira, 2 de junho de 2014. REUTERS/Majdi Mohammed/Pool
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"Hoje, com a formação de um governo de união nacional, anunciamos o fim da divisão palestina que prejudicou muito a causa nacional", declarou Mahmoud Abbas em Mouqataa, a sede da presidência palestina em Ramallah (Cisjordânia), após o breve juramento dos ministros.

Esse governo de "consenso" é dirigido pelo primeiro-ministro Rami Hamdallah, um acadêmico respeitado mas relativamente pouco conhecido no exterior. Ele também assume o ministério do Interior e, após um desacordo com o Hamas resolvido no último minuto, o ministério dos Prisioneiros.

Composto por 17 ministros, incluindo 5 da Faixa de Gaza, esse executivo de transição tem como missão prioritária preparar as eleições presidenciais e legislativas até o final do ano.

Acordo com Hamas

"Nós saudamos o governo de consenso nacional que representa o conjunto do povo palestino", declarou um porta-voz do movimento, Sami Abu Zuhri.

Como previsto, o primeiro-ministro do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, e sua equipe pediram demissão, deixando o posto para o novo governo de reconciliação.

"Deixamos o governo, mas não a nação. Deixamos os ministérios, mas não os interesses da nação", disse Haniyeh em um discurso transmitido pela televisão. "O governo palestino de consenso nacional é o governo de um povo e de um único sistema político", enfatizou o ex-primeiro-ministro do Hamas. "O novo governo enfrenta tarefas longas e árduas. Vamos cooperar com ele", prometeu Haniyeh.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP), dominada pelo movimento nacionalista Fatah de Mahmud Abbas, e o Hamas assinaram no dia 23 de abril um novo acordo de reconciliação para acabar com a divisão política desde 2007 entre a Cisjordânia, cujas regiões autônomas são administradas pela Autoridade Palestina, e a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas e sob boicote israelense.
Esse acordo previa a formação de um governo de "consenso nacional", constituído por especialistas, sem mandato político, encarregado de preparar eleições presidenciais e legislativas até o final do ano.

O presidente Abbas prometeu que o novo governo rejeitará a violência, reconhecerá Israel e respeitará os compromissos internacionais, a fim de convencer a comunidade internacional de sua intenção de manter a paz com Israel.

Boicote de Israel

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu que Estados Unidos e União Europeia "não se precipitem" para reconhecer um governo palestino apoiado pelo Hamas.

"O terrorismo islâmico levanta a cabeça na Europa, vimos um exemplo com o horrível crime cometido no museu judaico de Bruxelas", afirmou nesta segunda-feira Benjamin Netanyahu. "É estranho para mim que os países europeus condenem com firmeza esse crime enquanto falam de maneira ambígua, e até amigável, de um governo com o Hamas, uma organização terrorista que comete e faz apologia desse tipo de crime", acrescentou ele.

Segundo o jornal Jerusalem Post, o gabinete de segurança isralense se reuniu durante a madrugada e confirmou a decisão de congelar todas as negociações com a Autoridade Palestina enquanto ela mantiver seu acordo com o Hamas.

O governo israelense já decidiu não reconhecer o novo governo palestino e não manter nenhuma relação com ele. Como represália, o governo de Netanyahu deveria bloquear parte dos impostos que recebe a cada mês em nome dos palestinos, podendo agravar a situação financeira da Autoridade Palestina.

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