Vilarejo afegão devastado por deslizamento de terra pede ajuda
Os sobreviventes do deslizamento de terra que destruiu um vilarejo no nordeste do Afeganistão, na fronteira com o Tadjiquistão pediram neste domingo (4) uma ajuda de emergência. As autoridades afegãs confirmaram a morte de ao menos 300 pessoas, mas número total de mortos pode chegar a 2.700, segundo algumas fontes.
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A catástrofe, provocada por fortes chuvas que atingiram a região na semana passada, aconteceu na sexta-feira. Não há mais esperanças de encontrar sobreviventes. O vilarejo de Aab Bareek fica na província do Badakhshan, uma região pobre e montanhosa na fronteira com o Tadjiquistão, China e Paquistão.
A Agência da ONU responsável pela coordenação da ajuda humanitária (Ocha) estima que cerca de mil famílias foram atingidas e 300 casa completamente destruídas. “O deslizamento transformou o vilarejo em um cemitério”, comparam algumas testemunhas.
Em homenagem as vítimas, o presidente afegão Hamid Karzai decretou dia de luto oficial neste domingo (4).
Ajuda aos desabrigados
A prioridade agora é socorrer as 4.000 pessoas que tiveram que abandonar suas casas. Um novo deslizamento de terra ameaça o vilarejo. Os sobreviventes tiveram que passar as duas últimas noites acampados a poucos metros das ruínas de suas casas de pau a pique destruídas pela avalanche.
Um apoio psicológico foi organizado para as crianças e mais de 80 toneladas de alimentos e barracas distribuídas. Mas essa ajuda é considerada insuficiente pelos moradores entrevistados pela AFP. “Muitos sobreviventes não receberam nenhuma ajuda do governo até agora”, garantiu um líder religioso muçulmano de 60 anos que perdeu a mulher e dois filhos na tragédia. Um dos chefes locais diz que é necessário reconstruir o vilarejo em outro local.
Um fundo de emergência de US$ 350.000 foi desbloqueado pela administração. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, indicou que as agências das Nações Unidas e as ONGs humanitárias vão apoiar o governo afegão. A União Europeia e os Estados Unidos também prometeram ajudar os desabrigados.
O drama aconteceu uma semana após inundações que deixaram mais de cem mortos no norte do Afeganistão. O país, palco há três décadas de confrontos e guerras, é um dos mais pobres do mundo.
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