Netanyahu exorta Abbas a reconhecer Israel como estado judeu

Em visita a Washington, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exortou nesta terça-feira (4) o presidente palestino, Mahmoud Abbas, a reconhecer Israel como um estado judeu, a fim de mostrar que os palestinos estão realmente dispostos a pôr um fim ao conflito israelo-palestino. Netanyahu, que está sob pressão da Casa Branca para fazer concessões nas negociações de paz, discursou na convenção anual do comitê de assuntos públicos israelenses e americanos (Aipac), o principal lobby pró-Israel nos Estados Unidos.

O premiê israelense, Benjamin Netanyahu. REUTERS/Jonathan Ernst

O presidente palestino condiciona a suspensão dos projetos de colonização em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, assim como a libertação de mais prisioneiros palestinos, para aceitar um prolongamento das discussões com Israel. Pelo calendário americano, as negociações devem estar concluídas no final de abril.

"Aceite Israel como um estado judeu, e os palestinos vão parar de sonhar com a ideia de invadir Israel de refugiados", disse Netanyahu em mensagem endereçada a Abbas. Diante da plateia da Apiac, o premiê israelense acrescentou que a paz entre israelenses e palestinos provocará ataques de parte de grupos radiciais islâmicos como o Hamas e o Hezbollah, o que obriga Israel a continuar cuidando de sua própria segurança.

"Se assinarmos um acordo de paz com os palestinos, este compromisso seria certamente denunciado pelo Hamas, o Hezbollah, a Al Qaida e outros grupos", afirmou o líder israelense.

Ontem, em reunião no Salão Oval da Casa Branca, o presidente Barack Obama incitou Netanyahu a tomar "decisões difíceis" para favorecer a paz, mas o líder israelense retrucou dizendo que os palestinos não haviam cumprido suas obrigações nesse processo. Obama reafirmou que acredita em uma solução com dois Estados, um israelense e um palestino, vivendo em paz, lado a lado, no Oriente Médio.