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Itália/ crime

Justiça italiana volta a condenar Amanda Knox por morte de estudante

A estudante norte-americana Amanda Knox e seu ex-namorado italiano Raffaele Sollecito foram considerados culpados pela segunda vez nesta quinta-feira (30), pelo assassinato da britânica Meredith Kercher, em 2007. O novo julgamento, no Tribunal de Apelações de Florença, na Itália, reverteu um recurso apresentado anteriormente. A família da vítima declarou nesta sexta (31) que “ainda busca a verdade”, enquanto que Amanda, emocionada, disse que não voltará para a prisão .

Amanda Knox concedeu hoje uma entrevista na qual assegurou que não retornará à prisão "por vontade própria".
Amanda Knox concedeu hoje uma entrevista na qual assegurou que não retornará à prisão "por vontade própria". REUTERS/Andrew Kelly
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O veredicto saiu na noite de ontem, depois de 12 horas de deliberações, e confirmou a condenação original de Amanda e Sollecito, em 2009. A sentença de Amanda foi aumentada para 28 anos e 6 meses e a de Sollecito, para 25 anos. Ela não compareceu ao novo julgamento, pois voltou para Seattle, nos Estados Unidos, depois do recurso anterior, na qual foi absolvida.

Depois do veredicto, ela declarou ter ficado assustada e entristecida pela sentença, que qualificou como "injusta". "Tendo sido considerada inocente antes, eu esperava mais do sistema judicial italiano. A evidência e a teoria acusatória não justificam um veredicto de culpa para além de uma dúvida razoável", disse Amanda, em um comunicado divulgado por seu porta-voz.

Nesta sexta, em uma entrevista para a emissora americana ABC, ela garantiu que “vai lutar até o fim” para não retornar à prisão. “Eu não voltarei por vontade própria”, declarou, com a voz embargada. A jovem já cumpriu quatro anos de detenção na Itália, após a condenação em primeira instância.

Amanda teria de ser extraditada para cumprir a pena, enquanto a corte proibiu Sollecito de deixar a Itália. A extradição da americana seria pouco provável, conforme especialistas no Direito americano.

Família diz desconhecer a verdade

"Nós não sabíamos o que esperar. Ainda estamos em estado de choque", disse Stephanie Kercher, irmã de Meredith, depois da leitura da sentença. Na manhã desta sexta, ela destacou que a família “ainda está em busca da verdade”. “Talvez nós jamais saibamos o que aconteceu naquela noite, e nós devemos aceitar essa situação”, declarou a irmã da vítima.

Já a advogada de Sollecito, Giulia Bongiorno, confirmou que ele vai apelar à mais alta corte da Itália, e o defensor de Amanda, Carlo Dalla Vedova, disse que estava "perplexo". O tribunal vai publicar as razões do veredicto dentro de 90 dias.

Se os recursos finais forem acolhidos, nem Amanda nem Sollecito irão para a prisão enquanto a mais alta corte da Itália não pronunciar a sentença. Meredith, de 21 anos, foi encontrada morta a facadas em seu quarto no apartamento que dividia com Amanda na cidade de Perúgia, na Itália, em 2007. Elas estudavam juntas.

Os investigadores logo apontaram Amanda e Sollecito como suspeitos, concluindo que os dois mataram a britânica em um jogo sexual que deu errado. Ambos foram condenados em 2009 e passaram quatro anos na prisão.

Eles foram soltos após um recurso, mas no ano passado Tribunal de Apelações de Florença anulou o veredicto de absolvição por "inconsistências" e ordenou um novo julgamento da apelação.
 

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