Acesso ao principal conteúdo
Sudão do Sul/Crise

Diante de conflito, centenas de sul-sudaneses fogem para o Sudão

Ao longo das últimas duas semanas, centenas de sul-sudaneses fugiram para o Sudão tentando escapar dos conflitos no país a beira de uma guerra civil. "Segundo as informações recebidas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que ainda não foram confirmadas, centenas de sul-sudaneses atravessaram a fronteira com o Sudão", explicou um responsável da ONU, que preferiu guardar o anonimato.

De acordo com as Nações Unidas, o conflito no Sudão do Sul já provocou cerca de 120 mil refugiados.
De acordo com as Nações Unidas, o conflito no Sudão do Sul já provocou cerca de 120 mil refugiados. © UNHCR/ B. Sokol
Publicidade

Desde o dia 15 de dezembro, o país é palco de violentos combates, que tem como pano de fundo a rivalidade entre o presidente sul-sudanês, Salva Kiir, e seu ex-vice presidente, Riek Machar. O primeiro acusa Machar de tentativa de golpe de Estado. Ele nega as acusações e afirma que o atual presidente quer apenas eliminar seus rivais. As tropas controladas por Machar tomaram em poucos dias o controle de cidades como Bentiu, capital do estado petrolífero da Unidade, no norte do país, e Bor, capital do estado do Jonglei, recuperada pelo exército sul-sudanês nesta terça-feira.

O presidente do Sudão do Sul e seu ex-vice-presidente, que deixou o poder em julho deste ano, foram pressionados este sábado para que retomem o diálogo e encontrem uma solução para por fim a violência que assola o país. Na sexta-feira, líderes africanos reunidos na organização regional Igad (Autoridade intergovernamental para o desenvolvimento) deram até o dia 31 de dezembro como prazo para que os rivais iniciem negociações de paz. Os dois homens disseram concordar com o princípio de retomada do diálogo, mas não fixaram uma data para o encontro.

Na mesma data, os dirigentes do Igad anunciaram que Kiir aceitaria um cessar-fogo imediato, mas que Machar recusaria por enquanto de se comprometer com a suspensão completa das atividades dos grupos rebeldes que controla. De acordo com as Nações Unidas, o conflito já provocou cerca de 120 mil refugiados.

Além dos vizinhos africanos, outros países mobilizam esforços diplomáticos para tentar conter a crise. Os Estados Unidos, principal apoio econômico e político do país desde sua independência há pouco mais de dois anos, estão em contato constante com os dois campos e já ameaçaram suspender sua ajuda financeira em caso de golpe militar.

Já a China, que tem fortes interesses no setor petrolífero sul-sudanês, também anunciou o envio de um emissário para o país. Esta semana, a ONU decidiu enviar à região um reforço de 6 mil capacetes azuis, elevando para 12 mil e 500 o número de soldados da Missão da ONU para o Sudão do Sul (Minuss).

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.