Rússia reforça segurança em festa muçulmana após onda de xenofobia
Cem mil muçulmanos residentes em Moscou celebram nesta terça-feira a festa religiosa do Sacrifício (Eid-al-Adha) sob forte esquema de segurança, em meio à onda de xenofobia que atinge a capital russa. Os fiéis se reuniram desde cedo nas principais mesquitas de Moscou e também rezaram em ruas que foram bloqueadas pela polícia.
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As autoridades russas temem novos protestos violentos de manifestantes nacionalistas, após o assassinato de um jovem russo de 25 anos na semana passada. O principal suspeito do crime é um homem originário do Cáucaso. Ontem, a polícia prendeu 1.200 imigrantes de ex-repúblicas soviéticas. A versão oficial é que eles foram detidos para averiguação.
O porta-voz da polícia informou que, na ação policial, foram encontradas duas facas, um bastão de madeira e pistolas de ar comprimido em um carro estacionado perto do mercado de Biriuliovo, na zona sul de Moscou.
As organizações de direitos humanos denunciam o preconceito de grande parte da população russa, incluindo os governantes, contra imigrantes muçulmanos. Há suspeita de que as prisões tenham motivação puramente xenófoba. As ONGs recomendam que muçulmanos e imigrantes da Ásia Central fiquem alertas contra o recrudescimento da violência por motivação étnica.
Durante os protestos, centenas de russos gritavam palavras de ordem nacionalistas e reclamavam da impunidade em crimes praticados por estrangeiros. A polícia chegou a convocar forças extras para tentar conter a violência dos manifestantes que destruíram várias barracas e armazéns que pertenciam a estrangeiros.
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