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Rússia/ Síria

G20 termina dividido sobre intervenção militar na Síria

O presidente americano, Barack Obama, foi à cúpula do G20 disposto a conseguiur apoio a uma intervenção militar na Síria e obteve a assinatura de 11 países que apoiam a operação. Os líderes de Austrália, Canadá, França, Itália, Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Espanha, Turquia, Grã-Bretanha e Estados Unidos assinam o texto, no qual cobram uma "forte resposta internacional" contra Damasco, após o uso de armas químicas contra a população”. Entretanto a anfitriã do evento, a Rússia, permanece rígida na sua postura contrária, ao lado da China.

Líderes posam para a foto de encerramento do G20, em São Petesburgo.
Líderes posam para a foto de encerramento do G20, em São Petesburgo. REUTERS/Grigory Dukor
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Apesar de não fazer referência direta a uma intervenção militar, o texto diz que “o mundo não pode ficar esperando indefinidamente”. A Alemanha foi o único dos países europeus do G20 que não assinou o documento, mas cobra a divulgação do relatório da ONU o mais rápido possível.

O presidente François Hollande, até então o único disposto a apoiar os Estados Unidos numa intervenção, garantiu aos parceiros europeus que vai esperar o relatório dos inspetores da ONU sobre o ataque com armas químicas por al-Assad antes de lançar qualquer ofensiva militar contra o regime. Ele frisou que uma eventual operação teria apenas alvos militares como alvo.

Apesar de não estar previsto na programação, Obama reuniu-se com o presidente russo Vladimir Putin. A conversa de meia hora, a portas fechadas, foi definida como positiva pelos presidentes em entrevistas coletivas separadas. Mas, na prática, nenhum dos dois mudou de posição na questão síria, como declarou o próprio presidente russo.

"Cada um manteve sua posição", disse Putin depois do encontro com Obama, que "discorda de meus argumentos e eu dos seus, mas nos ouvimos e tentamos analisá-los". "Não esperava que entrássemos em acordo", reconheceu o presidente americano, que acusa o regime de Damasco de cruzar uma linha vermelha com o uso de armas químicas contra a população civil no dia 21 de agosto.

Principal aliado do regime de Damasco, Putin quer uma solução política negociada à guerra civil da Síria, que já dura mais de dois anos e meio e que deixou mais de 100.000 mortos, segundo a ONU.

Embora Obama tenha pedido autorização ao Congresso para levar adiante esta ação, Washington começou a preparar o terreno para um eventual ataque retirando os funcionários não essenciais de sua embaixada no Líbano e pedindo aos americanos que evitem viajar ao sul da Turquia. Obama, que condicionou a decisão de atacar a Síria a uma votação do Congresso de seu país, que voltará a sessionar a partir de segunda-feira, negou-se a responder nesta sexta-feira se autorizaria um ataque sem o voto a favor e reconheceu a dificuldade de obter o aval.

"Fui eleito para colocar fim às guerras, não para começá-las, mas o mundo não pode permanecer com os braços cruzados", desafiou. Na terça-feira, Obama disse que discursará à nação sobre o tema.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu em São Petersburgo que uma "ação militar apressada" contribuirá para aumentar a violência entre religiões na Síria. A crise política no país foi o foco durante os dois dias desta cúpula de presidentes e primeiros-ministros das economias desenvolvidas e emergentes mais importantes, deixando em segundo plano os dois temas principais da agenda: o crescimento e a luta contra a evasão fiscal. 

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