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Egito/ tensão

Oposição egípcia reivindica 22 milhões de assinaturas pela demissão de Mursi

Em meio à tensão na véspera de uma grande manifestação convocada para este domingo contra o presidente egípcio, Mohamed Mursi, os organizadores de uma campanha que pede a demissão do islamista afirmam que 22 milhões de pessoas já assinaram o abaixo-assinado contra ele. Entre ontem e hoje, três pessoas morreram durante a invasão de um escritório do partido egípcio Irmandade Muçulmana em Alexandria, e uma quarta faleceu em uma explosão durante um protesto em Port Said.

Ruas do Cairo já registram forte movimentação da oposição neste sábado, véspera de um grande protesto contra o presidente Mohamed Mursi.
Ruas do Cairo já registram forte movimentação da oposição neste sábado, véspera de um grande protesto contra o presidente Mohamed Mursi. REUTERS/Asmaa Waguih
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“Nós já recolhemos 22.134.465 assinaturas”, declarou o porta-voz do movimento opositor, Mahmoud Badr. Amanhã, milhares de egípcios devem se reunir em frente ao palácio presidencial para exigir a demissão de Mursi e a realização de eleições antecipadas.

Ao longo da última semana, oito pessoas perderam a vida durante confrontos entre apoiadores do presidente e opositores. Das quatro vítimas registradas ontem, uma era um estudante americano.

A Irmandade Muçulmana disse que oito de seus escritórios foram atacados na sexta-feira, entre eles o de Alexandria. As autoridades informaram que mais de 70 pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos que ocorreram na cidade. Duas receberam disparos e um jovem norte-americano, que portava uma câmera pequena, morreu ao ser apunhalado no peito. Ele foi identificado como Andrew Pochter, de 21 anos, natural de Chevy Chase, Maryland, e participava da organização educativa americana AMIDEAST.

Nesta manhã, o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou que acompanha “com preocupação” a situação no Egito. Obama realiza visita oficial à África do Sul e pediu a Mursi que atue de maneira "mais construtiva".

Estados Unidos desaconselham viagem ao país

O presidente destacou que o governo americano adotou medidas para garantir a segurança da embaixada, dos consulados e dos funcionários diplomáticos. "Pedimos a todas as partes que não se envolvam na violência, e à polícia e ao exército que apresentem mostras de moderação apropriada", completou. Obama também pediu ao colega egípcio que inicie “um diálogo mais construtivo" para melhorar a situação do país.

O governo dos Estados Unidos recomendou que seus cidadãos não viajem ao Egito após os distúrbios de ontem. O Departamento de Estado divulgou um alerta no qual recomenda aos americanos que adiem as viagens "não essenciais" ao país no momento, em consequência da "instabilidade política e social".

Um ano depois da posse de Mursi, primeiro presidente islamita e civil do Egito, as manifestações dos opositores demonstram as divisões crescentes no país, o que provoca temores de uma propagação da violência. A Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi, advertiu a oposição que não permitirá um "golpe de Estado" contra o presidente.
 

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