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Oriente Médio/Diplomacia

John Kerry pede esforços por diálogo entre Israel e Palestina

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu nesta sexta-feira que israelenses e palestinos tomem "decisões difíceis" para retomar as negociações. Ao fim de sua quarta visita à região desde que assumiu o cargo, ele chamou de "insustentável" o status quo na região e lembrou que o presidente Barack Obama "disse claramente" em sua viagem ao Oriente Médio em março que daria "alguns meses" para Israel e Palestina refletirem seriamente sobre seu desejo de voltar à mesa de negociações.

Cartaz de manifestante palestino alerta: "Kerry, não confiamos em você e na América"
Cartaz de manifestante palestino alerta: "Kerry, não confiamos em você e na América" REUTERS/Mohamad Torokman
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Na coletiva de imprensa concedida no aeroporto de Tel-Aviv pouco antes do embarque de volta para os Estados Unidos, o secretário de Estado advertiu que "somente em negociações diretas os israelenses e palestinos podem tratar as questões ligadas ao estatuto final (criação de um Estado palestino) e chegar à paz que eles merecem".

De acordo com um alto funcionário do governo israelense, o primeiro ministro Benjamin Netanyahu "agradeceu o secretário de Estado pelos esforços em relançar estas negociações para as quais Israel está preparado imediatamente".

As negociações estão paradas há três anos, em boa parte por conta da incessante política de colonização israelense. Kerry criticou o projeto do governo de regularizar quatro assentamentos na Cisjordânia, mas disse que isso não deve impedir a retomada do diálogo.

Mas a Palestina condiciona as negociações a um congelamento imediato da colonização e Netanyahu não aceita absolutamente nenhuma condição, embora tenha suspendido recentemente incentivos para a construção de alojamentos em territórios ocupados.

De sua parte, a direção palestina aceitou interromper até 7 de junho os processos de adesão a organizações internacionais, inclusive instâncias jurídicas que permitem processar Israel - o que se tornou possível desde que a Palestina adquiriu status de Estado observador da ONU.

Do lado israelense, John Kerry se encontrou duas vezes com Netanyahu, além do presidente Shimon Peres e da ministra da Justiça Tzipi Livni, que se encarrega da questão palestina. Entre os palestinos, ele conversou com o presidente Mahmud Abbas, além de sua equipe de negociadores e o ex-Primeiro Ministro Salam Fayyad. "Conheço esta região o suficiente para saber que existe ceticismo e, em alguns casos, cinismo (...). Mas esperamos que, sendo metódicos, prudentes, pacientes, precisos e tenazes, podemos avançar".

Para ajudar no processo, o general John Allen, que chefiou a coalizão internacional no Afeganistão e trabalha como conselheiro especial de Oriente Médio para a pasta da Defesa, fica na região para trabalhar com seus homólogos nas questões de segurança. John Kerry volta a se encontrar com Abbas e Peres no Fórum Econômico Mundial, que acontece entre 24 e 26 de maio, na Jordânia. O rei Abdallah II da Jordânia também participará do Fórum, mas não há nenhum encontro agendado entre os quatro.
 

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