Abbas responsabiliza Israel pela nova onda de violência na região

Em clima de tensão, os palestinos enterraram nesta quinta-feira, 4 de abril de 2013, o prisioneiro morto em um prisão de Israel e dois jovens abatidos por soldados israelenses. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, responsabilizou o governo israelense pela nova escalada da violência na região e acusou Israel de colocar em risco as iniciativas americanas para relançar o processo de paz.

O prisioneiro palestino morto em Israel foi enterrado nesta quinta-feira, 4 de abril de 2013. REUTERS/Ammar Awad

O enterro do prisioneiro Maisar Abou Hamdiyeh, morto na última terça-feira em uma prisão israelense, aconteceu na sua cidade natal de Hebron, na Cisjordânia. Milhares de moradores, carregando bandeiras dos grupos palestinos Fatah e Hamas, acompanharam a cerimônia.

Hebron é palco de confrontos entre jovens e soldados israelenses há 72 horas. E hoje, durante o enterro de Hamdiyeh, a situação não foi diferente. Comércio, escolas e órgãos públicos permanecem fechados pelo terceiro dia consecutivo. Em memória do prisioneiro palestino, que eles já chamam de mártir, os moradores fazem hoje uma greve geral.

A morte de Hamdiyeh, de 64 anos, marcou o início dessa nova escalada da violência entre palestinos e israelenses. Ele foi vítima de um câncer na garganta, mas os palestinos acusam Israel de não ter oferecido os cuidados médicos adequados ao prisioneiro.

Também nesta quinta-feira, os palestinos enterram no norte da Cisjordânia dois jovens abatidos na última noite por soldados israelenses. O enterro de Amer Nasser, de 17 anos, e de Naji Balbisi, de 19 anos, foi seguido por cerca de 6 mil pessoas.

Em discurso hoje diante dos integrantes de seu partido Fatah, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, responsabilizou Israel por essa nova escalada da violência nos Territórios. Abbas acusou o governo israelense de “se opor a qualquer iniciativa pela paz” na região e de colocar em risco as iniciativas americanas para relançar o processo de paz.

Essa nova onda de protestos de militantes palestinos acontece poucos dias antes da visita do secretário de Estado americano, John Kerry, à região. Três semanas após a visita de Obama, Kerry irá a Jerusalém e Ramallah para dar continuidade às iniciativas do presidente americano para a retomada das negociações de paz israelo-palestinas.