Síria ameaça revidar suposto ataque aéreo israelense

O regime sírio ameaçou atacar Israel em resposta a um bombardeio que, segundo Damasco, teria sido realizado pelo Estado Hebreu. A comunidade internacional está cada vez mais preocupada com a situação na região e o tema estará no centro das discussões do vice-presidente norte-americano Joe Biden durante giro pela Europa, que começa nessa sexta-feira.

Soldados israelenses patrulham a região de Haifa para interceptar possíveis tiros vindos da Síria. REUTERS/Baz Ratner

As autoridades de Damasco se disseram dispostas a usar o “direito de defesa da soberania”, uma mensagem clara enviada a Israel, que é acusado pela Síria de ter invadido seu espaço aéreo para bombardear um centro de pesquisas científicas militar próximo da fronteira com o Líbano. Para o embaixador sírio em Beirute, Ali Abdel Karim Ali, seu país poderia “responder sem prevenir à essa agressão sionista” que, segundo os responsáveis de Damasco, teria destruído parcialmente o local e feito dois mortos. A Liga Árabe também condenou a “violação flagrante de um Estado árabe”. Israel não emitiu nenhum comentário às acusações.

As tensões entre os dois países deixaram a comunidade internacional em estado de alerta. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, se disse muito preocupado com a situação. Apesar de afirmar que não dispunha de elementos que provem o ataque, o chefe da ONU pediu para que ambas as partes "respeitem as leis internacionais, principalmente a soberania e a integridade territorial de todos os países da região".

A crise na Síria também fará parte dos temas prioritários abordados durante a giro europeu do vice-presidente norte-americano Joe Biden, que começa nessa sexta-feira. O número dois da Casa Branca estará no velho continente para participar da Conferência sobre a Segurança, em Munique, na Alemanha, nesse fim de semana. Durante a viagem, ele se encontrará com o ministro russo das Relações Exteriores, Sergueï Lavrov, com o mediador das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, e com o chefe da oposição síria, Ahmed Moaz al-Khatib. Biden também tem passagem prevista pela França e pelo Reino Unido.