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Rússia/EUA

Rússia e EUA iniciam novas negociações sobre a Síria na sexta-feira

A Rússia anunciou nesta quarta-feira que dará início a novas negociações sobre a Síria com os Estados Unidos e o mediador internacional, Lakhdar Brahimi, nesta sexta-feira em Genebra. Um dos pontos colocados pelos russos é que as negociações devem levar em conta as propostas do presidente Bachar al-Assad, feitas durante o discurso do dia 6 de janeiro, que descarta a saída do líder sírio. 

Soldados do Exército Livre Sírio lutam na fronteira norte de Aleppo nesta quarta-feira, nos arredores do aeroporto da capital econômica do país.
Soldados do Exército Livre Sírio lutam na fronteira norte de Aleppo nesta quarta-feira, nos arredores do aeroporto da capital econômica do país. REUTERS/Abu Muhammad Al-Azazi/Shaam News Network/Handout
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O governo russo não citou nenhum ponto específico do plano de Bachar al-Assad, que pede uma solução política e a abertura de um diálogo nacional monitorado pelo regime. O líder sírio também poderia se candidatar a futuras eleições no país. A proposta foi recusada pela oposição, principalmente porque Assad se recusa a deixar o poder. "O dirigente sírio confirmou estar pronto para o lançamento de um diálogo e de reformas que respeitariam a soberania da Síria e sua independência", de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério russo. Já o emissário da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, disse nesta quarta-feira que o discurso de Assad foi "parcial." 

Na reunião que acontece em Genebra nesta sexta-feira, além de Brahimi, estarão presentes o vice primeiro-ministro Mikhaïl Bogdanov e o secretário de estado adjunto americano William Burns. Os dois responsáveis já haviam participado de um encontro juntos em Genebra e na época houve boatos de que os dois países haviam chegado a um acordo para solucionar o conflito, que previa a saída de Assad, o que foi desmentido pelo chanceler russo, Serguei Lavrov.

O texto do comunicado não esclarece quais itens do plano de Assad seriam levados em conta nas negociações. Até agora, a Rússia, um dos principais aliados do regime sírio ao lado da China, ainda não tinha feito nenhum comentário sobre o discurso do presidente sírio. Os dois países, membros permanents do Conselho de Segurança da ONU, vem bloqueando qualquer tentativa da comunidade internacional de intervenção militar.

Oposição pede governo provisório em áreas ocupadas

O Conselho Nacional Sírio, principal representante da oposição, propôs nesta quarta-feira um plano de transição prevendo a formação de um governo interino nas áreas ocupadas pelos rebeldes. O gabinete, segundo o Conselho, exercerá suas atividades nas regiões leste e no norte da Síria, onde pelo menos 60 mil pessoas já morreram desde o início do movimento de contestação, em março de 2011. O plano da oposição prevê um acordo entre as facções da oposição e os oficiais das forças sírias que "não tem sangue nas mãos", e o afastamento de Assad e a dissolução do Parlamento e dos serviços de segurança.
 

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