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Síria/crise

Rússia ainda acredita em solução diplomática para crise síria

A Rússia estima que uma solução política para por fim ao conflito sírio ainda é possível, declarou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, após encontro com o emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi. No entanto, o chanceler afirmou que é impossível convencer o presidente Bashar Al-Assad a deixar o poder.  

O chanceler russo Serguei Lavrov (à dir.), durante entrevista coletiva ao lado de Lakhdar Brahimi,  em Moscou neste sábado 29 de dezembro.
O chanceler russo Serguei Lavrov (à dir.), durante entrevista coletiva ao lado de Lakhdar Brahimi, em Moscou neste sábado 29 de dezembro. REUTERS/Sergei Karpukhin
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“Nós somos unânimes em dizer que as chances de se chegar a uma solução política ainda existem”, disse Lavrov durante a entrevista coletiva, em Moscou. O chanceler confirmou que o presidente sírio descarta totalmente a hipótese de renunciar ao cargo, como exigem os países ocidentais e árabes.

O presidente Assad “disse diversas vezes que ele não tinha intenção de ir a lugar algum, que ele ficaria no poder até o fim. E não é possível mudar essa decisão”, declarou o chanceler da Rússia, único país a ter uma relação estreita com o regime sírio.

Lavrov fez as declarações ao lado de Brahimi que insistiu na necessidade de encontrar uma solução política para evitar o “inferno”. O conflito já deixou 45 mil mortos em 21 meses, de acordo com o Observatório síria de defesa dos direitos humanos.

"Se é preciso escolher entre o inferno e uma solução política, devemos trabalhar sem descanso para uma solução política”, disse o emissário da ONU e da Liga Árabe.

Lakhdar Brahimi, no entanto, estimou que mesmo uma eventual mudança de regime na Síria não significaria automaticamente uma resolução do conflito.

"Do meu ponto de vista, o problema é que uma mudança no regime não vai significar necessariamente uma regularização da situação”, declarou. Segundo ele, a Síria pode se tornar uma segunda Somália.

O chefe da diplomacia russa disse ter ficado "surpreso" com a reação da Coalizão de Oposição síria que recusou o convite feito por Moscou de participar de negociações para encontrar uma solução diplomática para a crise.

O líder da Coalizão, Moaz El-Khatib, rejeitou nesta sexta-feira o convite e ainda exigiu um pedido de desculpas da Rússia pela sua postura adotada em defesa de Damasco.

Única grande potência a manter relações estreitas com o regime de Al Assad, a Rússia fez um apelo nesta semana para “iniciativas enérgicas e firmes para por fim ao derramamento de sangue”, na Síria e multiplicou seus contatos para uma saída negociada para o conflito.

Lakhdar Brahimi visitou Moscou neste sábado após uma rodada de discussões durante a semana que começou na Síria com encontros com o presidente Bashar Al Assad e representantes da oposição.
 

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