Presidente da Tunísia é atacado no 2° aniversário da Primavera Árabe
Líderes da Tunísia foram atacados com pedras durante a celebração do segundo aniversário da Primavera Árabe. Os dirigentes participavam de uma cerimônia em homenagem ao jovem que se matou ateando fogo ao próprio corpo. O evento, conhecido no país como Revolução do Jasmim, foi o estopim da revolta popular que derrubou vários chefes de Estado na região.
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O presidente da Tunísia Moncef Marzouki e o presidente da Assembleia Nacional Mustapha Ben Jaafar foram atacados com pedras nessa segunda-feira, quando participaram de uma cerimônia em Sidi Bouzid. Os dois líderes estavam na cidade para homenagear o jovem Mohamed Bouazizi, que se suicidou em 17 de dezembro de 2010, em um ato que desencadeou o movimento popular responsável pela queda do presidente Zine el-Abidine Ben Ali e que deu início à Primavera Árabe.
As pedras começaram a ser atiradas logo após o discurso do chefe de Estado, quando o Ben Jaafar tentava fazer seu pronunciamento diante das cerca de 5 mil pessoas que participavam do evento, na mesma praça onde o vendedor ambulante se suicidou. Os dois responsáveis políticos não foram atingidos, mas os serviços de ordem tiveram que retirá-los às pressas do local.
Os moradores de Sidi Bouzid, uma das cidades mais pobres da Tunísia, consideram que o governo, dirigido pelo partido islâmico Ennahda, traiu as promessas feitas durante a revolução. Alguns organizadores da celebração dessa segunda-feira pediram demissão nos últimos dias em sinal de protesto contra a situação na região, que sofre com o desemprego e a falta de investimentos, além do surgimento de novos grupos de extremistas religiosos que lançaram várias manifestações violentas desde julho passado.
Durante seu discurso o presidente pediu que a população tenha paciência. “O governo não tem vara de condão para mudar as coisas. Precisamos de tempo para mudar a herança de 50 anos de ditadura”, disse o chefe de Estado.
O partido Ennahda se defende e afirma ter colocado as regiões pobres na lista de prioridades. O governo garante ter abandonado a política de Ben Ali, que concentrava os investimentos na costa da Tunísia, vitrine do país.
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