Exército líbio toma Bani Walid, reduto dos partidários de Kadafi

As forças do governo líbio, compostas por ex-rebeldes, tomaram nesta quarta-feira o controle da cidade de Bani Walid, um dos últimos bastiões do regime do ex-ditador Muammar Kadafi.

Exército líbio ocupa Bani Walid nesta quarta-feira. REUTERS/Ismail Zitouny

Centenas de rebeldes, em sua maioria originários de Misrata, cidade vizinha e rival histórica, se reuniram no centro, atirando para o alto com armas de todos os calibres para celebrar a tomada de Bani Walid, situada a 185 km a sudeste de Tripoli.

Além disso, eles hastearam a bandeira líbia em todos os prédios públicos, que se encontram agora abandonados. Alguns fizeram tiros de metralhadora ou lança-mísseis contra as janelas e as paredes dos prédios.

Vários chefes dos grupos armados afirmaram à Agência France Presse que a cidade estava "quase liberada", falando de alguns pequenos bolsões de resistência no sul de Bani Walid.

Nas ruas da cidade abandonada por seus habitantes, os rebeldes patrulhavam a bordo de centenas de veículos transportando armas pesadas.

A ameaça de uma ofensiva pesava sobre Bani Walid há várias semanas, após a morte de um ex-rebelde sequestrado e torturado em Misrata, que exacerbou as tensões entre as duas cidades, vizinhas que escolheram campos opostos durante o conflito que depôs e matou em 2011 o coronel Kadafi.

Os combatentes, em sua maior parte vindos de Misrata, instalaram nesta quarta-feira um retrato gigante do defunto, Omran Ben Chaabane, 22 ans.

A tomada de Bani Walid aconteceu no dia seguinte ao primeiro aniversário da proclamação da "libertação" total do país, depois de oito meses de conflito.

Apesar dessa proclamação no dia 23 de outubro de 2011, os rebeldes acusavam a cidade de continuar abrigando criminosos e partidários do antigo regime procurados pela justiça.