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Síria/ONU

França vai propor criação de "grupo de amigos do povo sírio"

Após mais um fracasso do Conselho de Segurança da ONU em aprovar uma resolução condenando a violenta repressão na Síria, o governo francês decidiu tomar a iniciativa de criar um “grupo de amigos do povo sírio”. O objetivo é tentar encontrar uma saída à crise envolvendo o regime do presidente Bashar al-Assad, acusado de ter matado mais de 230 pessoas no bombardeio contra a cidade de Homs, no sábado.

Protesto de opositores e de militares desertores do exército sírio em Hula, cidade próxima de Homs.
Protesto de opositores e de militares desertores do exército sírio em Hula, cidade próxima de Homs. Reuters
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“A França não vai se resignar. Ela está em discussão com seus parceiros europeus e árabes para criar um ‘grupo de amigos do povo sírio’ que terá como objetivo levar todo o apoio da comunidade internacional para colocar em prática a iniciativa da Liga Árabe”, afirmou o presidente Nicolas Sarkozy em um comunicado publicado na noite deste sábado.

Os países ocidentais e árabes deram novas demonstrações de indignação e revolta com o veto da China e Rússia à resolução do Conselho de Segurança que pedia a o fim da violência e uma transição de poder na Síria.

A Liga Árabe afirmou em um comunicado obtido pela agência de notícias Reuters que irá continuar seus esforços para resolver a crise na Síria, apesar do impasse diplomático. Para o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, o veto não compromete “o apoio da comunidade internacional às resoluções da Liga Árabe” que serviram de base para o texto aprovado por 13 dos 15 países que compõem o Conselho de Segurança.

A resolução da Liga Árabe previa a saída do presidente Al-Assad do poder, a retirada de tropas das cidades e a formação de um governo de união nacional antes da realização de eleições. Mas como membros com assento permanente, Rússia e China têm o poder de vetar resoluções da ONU.

A embaixadora americana nas Nações Unidas, Susan Rice, deixou de lado a linguagem diplomática e declarou ter ficado “enojada” com a decisão de Moscou e Pequim , apesar das mortes de mais de 230 pessoas na Síria no sábado, vítimas de bombardeios atribuídos às forças governamentais na cidade de Homs, principal reduto do movimento de oposição ao regime.

O Conselho nacional sírio, que reúne as diversas correntes de oposição ao regime, responsabilizou Pequim e Moscou pela “escalada de mortes e pelo genocídio”. O Conselho considera que o veto na ONU foi uma “permissão dada ao regime sírio para continuar matando com toda impunidade.”

Único representante de um país árabe presente no Conselho de Segurança, o embaixador do Marrocos, Mohammed Loulicjki expressou seu “profunda decepção” pela veto e garantiu que a Liga Árabe vai continuar sua luta pelo fim da repressão na Síria.

Rússia

Para justificar seu veto, a Rússia denunciou que a resolução era parcial ao pedir uma mudança de regime na Síria, onde Moscou tem uma base naval.  “Alguns membros influentes da comunidade internacional, sendo que alguns deles infelizmente estão sentados ao redor dessas mesa, minam desde o início do processo síria a ocasião de concluir um acordo político”, declarou o representante russo na ONU, Vitali Tchourkine.

A Rússia também evocou a visita do ministro das Relações Exteriores Serguei Lavrov à Síria nesta terça-feira como parte de seus esforços para por fim à crise.

O embaixador sírio na ONU, Bachar Ja’afari, criticou a resolução e os países que o apoiaram.Ele também negou que o governo sírio tenha bombardeado a cidade de Homs estimando que nenhuma “pessoa sensata iria lançar um ataque de tamanha extensão na véspera de um voto do Conselho de Segurança da ONU.

Neste domingo a televisão estatal da síria divulgou imagens do presidente Bashar al-Assad rezando ao lado de fiéis muçulmanos em uma mesquita de Damasco por ocasião do aniversário de nascimento do profeta Maomé.

 

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